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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende manter o embate com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo de 2024, visando replicar a polarização das últimas eleições municipais. O objetivo do petista é aquecer a rivalidade, fazendo críticas e comparações em seus discursos públicos. Segundo levantamento do Poder360, Lula mencionou seu antecessor pelo menos 14 vezes em falas públicas somente em 2024.
Lula persiste na narrativa de que recebeu um país devastado por uma “praga” e compara assumir o governo em 2023 com chegar a um local tomado por carrapichos. Além disso, fez declarações diretas sobre Bolsonaro, chamando-o de “psicopata” e descrevendo a privatização da Eletrobras, realizada no governo anterior, como um “escárnio” e um “desmonte do Estado”.
O epicentro dessa estratégia será a corrida pela Prefeitura de São Paulo. Em entrevista à rádio Metrópole, da Bahia, em 23 de janeiro, Lula afirmou que a disputa na capital paulista será uma “confrontação direta” entre os dois.
Lula apoia o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) para a prefeitura de São Paulo e facilitou o retorno da ex-prefeita Marta Suplicy ao PT, que será indicada como vice na chapa com o psolista. Marta se filiará ao PT em 2 de fevereiro, em um evento que contará com a presença do presidente, sendo a primeira vez que o partido abre mão de ter um candidato próprio na cidade.
Após vencer Bolsonaro na capital paulista em 2022, Lula acredita que tem boas chances de influenciar na disputa pelo comando da maior cidade do país. Boulos enfrentará o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que já recebeu apoio declarado de Bolsonaro, embora haja dúvidas sobre a permanência desse apoio.
Além de São Paulo, o PT tem como meta aumentar significativamente o número de prefeitos atuais e conquistar capitais. Em 2020, o partido não obteve a liderança em nenhuma capital e elegeu 182 prefeitos. Até o final de 2023, esse número subiu para 227 devido a migrações de gestores municipais para o partido.
Os petistas contam com a influência de Lula para impulsionar as candidaturas do partido e de aliados pelo país. Lula já anunciou a intenção de visitar todos os estados até o final do primeiro semestre de 2024. Em janeiro, ele esteve na Bahia, Pernambuco e Ceará.
O discurso polarizado contrasta com a postura adotada por Lula em meados de 2023, quando pregava pacificação e união no país. Em agosto, o presidente utilizou uma analogia com um cachorro para enfatizar a importância de deixar as disputas políticas de lado. Contudo, em dezembro, durante a conferência petista para as eleições de 2024, Lula adotou uma postura mais assertiva, orientando a não aceitar provocações e a revidar quando necessário.
Com informações do Poder 360.