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Após a Gol solicitar recuperação judicial nos Estados Unidos, especulações no mercado de aviação sugerem que a Azul poderia anunciar interesse na aquisição de ativos da concorrente. Questionada pela reportagem, a Azul não respondeu sobre um possível apetite pela Gol, mas o gesto não surpreenderia o setor, dado o histórico da Azul em expressar tal interesse em situações semelhantes de concorrentes.
A Azul adotou uma postura mais notável em 2019, quando a Avianca Brasil entrou em recuperação judicial. Na ocasião, a Azul assinou um acordo não vinculante superior a US$ 100 milhões para adquirir ativos da Avianca, incluindo slots no aeroporto de Congonhas. No entanto, disputas judiciais e questionamentos levaram ao cancelamento do projeto.
Especialistas apontam que, embora o cenário atual seja diferente, uma possível investida da Azul enfrentaria desafios, considerando o aumento do preço do combustível e a pressão do governo para redução de preços das passagens. Além disso, a incompatibilidade das frotas, com a Gol operando aeronaves da Boeing e a Azul da Embraer e Airbus, poderia ser um obstáculo.
O ex-diretor-presidente da Anac, Marcelo Guaranys, destaca que a união das duas empresas seria mais interessante se operassem a mesma família de aviões. O crivo do Cade também seria um desafio, pois uma fusão exigiria análise complexa sobre o impacto na concentração de mercado.
Dados da Anac de dezembro mostram que a participação de mercado da Gol foi de 33,3%, enquanto a Azul ficou em 27,5%. Especialistas ponderam que a consolidação seria interessante para um investidor, mas o endividamento elevado da Gol e a análise minuciosa necessária para uma fusão são fatores a serem considerados.
Com informações do O Tempo.