O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, procurou a bancada evangélica para tentar amenizar a crise sobre o fim da isenção fiscal a religiosos, que havia sido concedida por Jair Bolsonaro (PL) às vésperas das eleições de 2022.
Segundo o Metrópoles, Haddad teria ligado para o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), presidente da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), para dialogar sobre o assunto.
O deputado teria demonstrado disposição para conversar com a equipe do ministro. Dentro da bancada evangélica, no entanto, a tentativa de articular com o governo não é consensual. Alguns parlamentares têm rejeitado a ideia. Eles defendem que o assunto é “problema do governo”.
Silas permanece na presidência da FPE até o início fevereiro, mês em que o Legislativo retoma as atividades após o recesso. A partir do mês que vem, quem assume a presidência é o deputado Eli Borges (PL-TO). Conforme apurou a reportagem, o parlamentar não pretende se aproximar do governo.
“Estranheza”
Um ato da Receita Federal publicado na edição de quarta-feira (17/1) do Diário Oficial da União (DOU) revoltou membros da bancada evangélica. O texto suspende a isenção fiscal para líderes religiosos, como pastores, concedida em agosto de 2022 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No fim da noite de quarta-feira, a Frente Parlamentar Evangélica publicou um pronunciamento em resposta à decisão. O grupo vê o ato com “estranheza”.
“São ações como essa que, cada vez mais, afastam a população cristã do governo federal. Fica muito claro os ataques que continuamente vêm sendo feitos ao segmento cristão através das instituições governamentais, atacando aqueles que não apoiam suas propostas. Trata-se de um ‘ataque explícito’ ao segmento religioso, parcela importante da sociedade brasileira.”
Silas Câmara também afirmou, em nota, que “nunca houve nenhum tipo de isenção dada a ministros de qualquer culto”. “Uma breve consulta ao Regulamento do Imposto de Renda desfaz essa falácia que visa somente puxar os evangélicos para o debate para aguçar a oposição pública contrária. Foi revogado apenas um ato interpretativo que tratava da questão previdenciária de ministros cuja lei correspondente continua vigente”, escreveu o parlamentar.
Metrópoles