A advogada Amanda Partata Mortoza, suspeita de matar envenenados Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Alves, de 86 – pai e avó do ex-namorado dela –, foi filmada por câmeras de segurança enquanto comprava alimentos em um mercado de Goiânia, antes de visitar as vítimas.
Amanda aparece comprando diferentes itens no mercado, e saindo com cerca de três sacolas e um vaso de planta, na manhã de domingo, 17. Ela comprou alimentos como biscoito, pão de queijo, suco de uva e bolos de pote. Depois, a mulher voltou para o hotel onde estava hospedada, indo para a casa das vítimas em seguida. Na visita, ela levou os alimentos e ficou por três horas na casa de Leonardo e Luzia.
VÍDEO: suspeita de envenenar ex-sogro e mãe dele é flagrada em mercado comprando alimentos pic.twitter.com/cRsh8Zba8R
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) December 22, 2023
Amanda estava desde quinta-feira, 14, em Goiânia, e foi rastreada pela polícia. Ela esteve em uma consulta médica na cidade, e na sexta-feira, 15, comprou roupas em uma loja, conforme o delegado Carlos Alfama, em entrevista coletiva.
Câmeras de segurança mostraram a mulher andando na área do provador de roupas do estabelecimento. No sábado, 16, ela não saiu do hotel. No domingo, 17, ela foi até a casa das vítimas pela manhã.
A perícia criminal apura quais substâncias foram utilizadas no envenenamento. Segundo a Polícia Civil, é possível que o envenenamento não tenha ocorrido pelas comidas que foram coletadas pela investigação.
Doceria
A doceria Perdomo Doces, marca de um dos alimentos comprados por Amanda, não teve qualquer envolvimento com as mortes. O estabelecimento foi fiscalizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Procon-GO (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor do estado) e Polícia Civil e foi comprovado se tratar de uma empresa regularizada e séria, que colaborou a todo momento com as investigações.
A dona da empresa, Mariana Perdomo, se disse “aliviada” e agradeceu a quem confiou que sua empresa não tinha envolvimento no caso.
Motivação do crime
A Polícia Civil defende que o crime teria sido motivado pelo “sentimento de rejeição que Amanda teve no relacionamento” com o ex-namorado. Ela namorou por 45 dias com o filho da vítima, e o relacionamento acabou no dia 3 de agosto. O filho de Leonardo chegou a pedir que ela tivesse menos contato com os familiares, por estar incomodado com a situação.
Amanda tinha uma boa relação com os familiares do ex, mas eles não sabiam que ela não estava mais grávida dele. Segundo o delegado, a mulher ainda diz que está esperando um filho e finge enjoos. A polícia investiga se em algum momento Amanda de fato esteve gestante do ex-namorado, já que há indícios de que exames foram falsificados, de acordo com as autoridades.
A advogada não teria aceitado o fim do relacionamento, e fazia ameaças ao ex-namorado e aos familiares dele.
Amanda Partata deve ser indiciada por duplo homicídio qualificado, por motivo torpe, com a qualificadora de envenenamento. A investigação ainda pode resultar em denúncia por tentativa de homicídio no caso do avô do ex-namorado, que estava no local, mas não ingeriu os alimentos.
Ao ser interrogada, Amanda negou o crime e afirmou “amar a família”. Ela também negou a criação de perfis falsos para perseguir o ex-namorado nas redes sociais, mas a polícia não conseguiu acessar o celular dela. “Ela nega um fato que é conhecido e provado no inquérito”, disse o delegado.
Ela permanecerá presa em uma cela separada, conforme determinação da Justiça. Ela relatou ter sido agredida durante a prisão. Também foi recomendado avaliação médica e psicológica da investigada.
A polícia já esclareceu também que a investigada possui passagens em outros estados, incluindo falsa gravidez, com objetivo de enganar ex-companheiros. Ela também configura como parte em inquéritos sobre pornografia infantil, exercício ilegal de profissão e estelionato.
Terra