Ao longo dos próximos anos, os salários de servidores da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) poderão subir em até R$ 10 mil. Em 2023, os delegados da classe especial da PF, por exemplo, têm pagamento mensal de R$ 30,9 mil. Até 2026, o valor será elevado a R$ 41,3 mil.
Após acordo firmado com o governo federal esta semana, seis carreiras da PF e da PRF terão reajustes salariais divididos em três partes, com início em agosto de 2024 e com a terceira etapa prevista para maio de 2026.
Compare como serão os aumentos:
Delegados e peritos da PF:
- Salário em 2023: R$ 30,9 mil (especial), R$ 27,8 mil (primeira classe), R$ 24,9 mil (segunda classe), e R$ 23,6 mil (terceira classe).
- Salário em 2024: R$ 34,7 mil (especial), R$ 31,2 mil (primeira classe), R$ 27,2 mil (segunda classe), e R$ 26,3 mil (terceira classe).
- Salário em 2025: R$ 36,4 mil (especial), R$ 32,8 mil (primeira classe), R$ 28,6 mil (segunda classe), e R$ 26,8 mil (terceira classe).
- Salário em 2026: R$ 41,3 mil (especial), R$ 35,3 mil (primeira classe), R$ 30,8 mil (segunda classe), e R$ 27,8 mil (terceira classe).
Escrivães, agentes e papiloscopistas da PF:
- Salário em 2023: R$ 18,6 mil (especial), R$ 15,2 mil (primeira classe), R$ 13 mil (segunda classe), R$ 12,5 mil (terceira classe).
- Salário em 2024: R$ 20,9 mil (especial), R$ 17,1 mil (primeira classe), R$ 14,6 mil (segunda classe), R$ 13,9 mil (terceira classe).
- Salário em 2025: R$ 21,9 mil (especial), R$ 17,9 mil (primeira classe), R$ 15,3 mil (segunda classe), R$ 14,1 mil (terceira classe).
- Salário em 2026: R$ 25,2 mil (especial), R$ 19,6 mil (primeira classe), R$ 16,7 mil (segunda classe), R$ 14,7 mil (terceira classe).
Policiais rodoviários federais:
- Salário em 2023: R$ 18 mil (teto) e R$ 10,7 mil (piso).
- Salário em 2024: R$ 18,5 mil (teto) e R$ 11,1 mil (piso).
- Salário em 2025: R$ 19,5 mil (teto) e R$ 11,6 mil (piso).
- Salário em 2026: R$ 23 mil (teto) e R$ 12,2 mil (piso).
Negociações
As correções não foram bem recebidas por todos os servidores, que negociavam há meses com o governo. A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trouxe de volta a Mesa Nacional de Negociação Permanente, ligada ao Ministério da Gestão e da Inovação, e com participação de membros do Executivo e de entidades da administração pública.
Instalada em 2003, no primeiro mandato de Lula, a Mesa de Negociação Permanente ficou paralisada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), até voltar em 2023.
Apesar dos diálogos frequentes, os servidores de diversos ramos vivem um clima de insatisfação, reforçado nesta última semana, quando o governo não incluiu os servidores administrativos nas mudanças salariais da PF e da PRF e publicou uma normativa mais restritiva aos funcionários grevistas.
Além disso, a última negociação geral do ano trouxe uma proposta tida como insuficiente para os servidores, com elevação de salário em 9%, parcelada em duas partes, e ganhos de auxílios para alimentação, saúde e creche.
Repercussão
Luciano Leiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), falou que houve um “avanço significativo” nas tratativas com o governo para os policiais, mas lamentou a exclusão dos servidores administrativos nesse acordo.
Para ele, o reajuste para a terceira classe ser “inferior ao do Executivo geral enfraquece o sentido de valorização uniforme da Polícia Federal”.
Já a presidente do Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo (SINPF/SP), Susanna Do Val Moore, criticou o fato de as correções não serem uma reestruturação das carreiras contempladas e acusou a proposta de aumentar “ainda mais a insatisfação geral”.
“Não corrige as divergências salariais que a reestruturação, até então prometida pela União, faria. Faltando cinco dias para terminar o ano, no apagar das luzes, o governo mudou tudo e apresentou uma recomposição linear, apenas. Isso deixou a categoria inconformada”, disse, em nota.
Fonte: Metrópoles.