O tema sobre transgêneros no esporte causa controvérsias faz algum tempo. Katia Bissonnette, psicóloga por profissão, recusou-se subir no ringue ao descobrir que haviam omitido a informação que a adversária, Mya Walmsley, era na verdade biologicamente um homem.
O episódio aconteceu no Campeonato Provincial Golden Glove 2023, em Quebec, Canadá, em outubro, mas só recentemente veio à tona na imprensa canadense. A competição é uma classificatória que concede às vencedores a oportunidade de participar do Campeonato Canadense de Boxe Feminino.
Temos ouvido relatos sobre atletas transgêneros em outras modalidades esportivas e as polêmicas causadas por estes fatos. Mas, pessoalmente, eu nunca tinha ouvido comentários sobre incidentes no boxe.
Bissonnette informou que uma hora antes da luta, o seu treinador avisou-a que recebeu uma denúncia, confirmada em seguida, que Walmsley não era mulher de nascimento.
Segundo Bissonnette, Walmlsey nasceu na Australia e radicou-se no Canadá há dois anos. A boxeadora canadense relatou que o registro de Walmsley na Austrália aponta lutas somente contra homens e nenhum combate contra mulheres.
O mais estranho foi a publicação de entrevista posterior de Walmsley, acusando Bissonnette de ter revelado a verdade e que isso causará impacto negativo entre as atletas femininas. Walmsley diz que ela deveria ter sido procurada e o caso não deveria ter sido revelado.
Em entrevista ao Daily Mail, Walmsley disse que não se submeterá a testes de testosterona, pois os considera invasivos (?).
A Federação de Boxe de Quebec estava ciente do sexo biológico de Walmsley, mas justificou a luta afirmando que havia escolhido um árbitro apropriado para a luta.
O que é um árbitro apropriado?
Segundo um dos noticiários sobre o assunto, o Reduxx, as mulheres abandonaram um torneio de jiu-jitsu brasileiro na Geórgia no mês passado em protesto contra a participação de várias pessoas identificados como trans. Com isso, uma das participantes transgênero levou para casa quatro medalhas de ouro na categoria feminina e, em uma das divisões apenas pugilistas biologicamente nascidos homens subiram ao pódio das vencedoras.
As lutadoras de artes marciais, Jayden Alexander e Ansleigh Wilk, se manifestaram contra a Associação Norte-Americana de Grappling (NAGA) por sua política de autoidentificação de gênero, provocando uma reação violenta que acabou resultando na segregação total da NAGA com base no sexo biológico, “sem exceções.”
Em resposta ao noticiário da Reduxx, a North American Grappling Association emitiu informação sobre uma revisão completa da política.
Os homens trans identificados, agora terão que competir na categoria masculina.
A categoria feminina será exclusiva para mulheres.
Mesmo considerando que a decisão da NAGA surgiu após a denúncia, seria de bom senso que outras entidades esportivas analisassem o assunto. Não é uma questão de preconceito. É uma questão de justiça.
GE