A Polícia Civil investiga a atuação de grupos de moradores em bairros da zona sul do Rio de Janeiro que estão se reunindo para atacar suspeitos de praticarem roubos e furtos na região.
A ações começaram na noite desta terça-feira, 5, dias depois de o empresário Marcelo Rubim Benchimol ter sido agredido, em Copacabana. Ele tentava ajudar uma personal trainer que estava sendo assaltada.
Os moradores estão se articulando pelas redes sociais, como o Facebook, e em grupos de WhatsApp. O objetivo dos apelidados “justiceiros” é “caçar” quem rouba na região sul da capital fluminense.
“Vou partir assim, com um soco-inglês, quebrar osso da cara”, disse um dos justiceiros em um grupo do WhatsApp. “Deixar eles piores do que eles deixaram o coroa.”
Nesta terça-feira, dezenas de pessoas teriam se concentrado em frente a um shopping no bairro Botafogo, também na zona sul carioca. Em vídeos, os justiceiros aparecem vestidos de preto e tampando os rostos para não serem identificados.
Polícia Civil trabalha para identificar os envolvidos
Segundo a Polícia Civil, há uma investigação para identificar os envolvidos e esclarecer os fatos. Fazer justiça “com as próprias mãos” é considerado crime pelo artigo 345 do Código Penal Brasileiro.
De acordo com a Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro, equipes atuam nas ruas da zona sul para prender envolvidos em crimes. A corporação também trabalha para conter os moradores que estão revoltados com a segurança do município e nesta quarta-feira, 6, será realizada uma reunião com eles para desarticular “possíveis ações que fujam da legalidade”.
Secretário de Segurança diz que as polícias não serão “condescendentes”
O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, Victor Cesar Carvalho dos Santos — pasta recriada em 27 de novembro de 2023 —, afirmou, em entrevista à TV Globo, que o efetivo da PM não será reforçado em Copacabana. De acordo com ele, o combate ao crime será melhorado com o uso da tecnologia.
Além disso, Santos afirmou que não serão tolerados atos de justiceiros no Estado do Rio de Janeiro. Ele afirmou que as forças policiais irão atuar para impedir as agressões.
“Temos equipes monitorando esse pessoal”, comentou Carvalho. “O que a gente quer deixar claro é o seguinte: a Secretaria de Segurança Pública e as polícias não serão condescendentes. Pode ser que eles tenham se motivado pelo fato de ver um idoso ou qualquer outra pessoa ser vítima de violência e isso venha a motivá-los a fazer justiça com as próprias mãos. Isso é errado. Não se justifica um crime cometendo outro.”
Revista Oeste