foto: Google Maps
Sumiço de aeronave da Malaysia Airlines ainda é um dos maiores mistérios da aviação
“Eu me questionei. Procurei uma saída para isso. Eu gostaria muito de nunca ter visto aquela coisa, mas está aí. Era a asa de um jato”, afirmou Oliver. A versão dele é confirmada por outro que também estava na embarcação naquele dia, George Currie. “Você não tem ideia dos problemas que tivemos quando subimos aquilo. Foi incrivelmente pesado e estranho. Estendeu a rede e rasgou-a. Era grande demais para subir no convés”, conta sobre o episódio, que, segundo eles, teria ocorrido em setembro ou outubro de 2014.
Segundo a versão dos pescadores, de tão pesada que era a peça, as redes não teriam suportado o peso enquanto eles tentavam trazer a asa totalmente à superfície da água, o que acabou rompendo o tecido, fazendo com que a peça misteriosa fosse perdida novamente para o fundo do mar — bem como a rede, avaliada em cerca de 20 mil dólares (cerca de R$ 97 mil).
Seis meses depois que a aeronave desapareceu dos radares no dia oito de março de 2014, com 239 pessoas, o ex-oficial da Marinha Peter Waring, de 41 anos, decidiu se juntar ao grupo que comandava as buscas pelo avião no Oceano Índico. Especialista em levantamento e mapeamento de leitos marinhos, Waring foi chamado para averiguar uma área de aproximadamente 92 km de largura por 644 km de comprimento, identificada por peritos a partir de dados de satélite e simulações de voo.
O local em que o avião, de fato, caiu nunca teria sido revistado pelas autoridades e, ainda de acordo com Waring, isso se comprova, pois não havia chance de os especialistas terem perdido os destroços durante a buscas. As informações são do portal britânico The Sun.
A busca foi tão detalhada que a equipe chegou a encontrar os restos de dois naufrágios vitorianos – mas nada do MH370, desaparecido desde 2014. Por causa disso, Peter acredita que o local do acidente fica mais ao sul, em uma área remota conhecida como Zona de Fratura Geelvinck. Segundo o The Sun, evidências ainda sugerem que o avião pode ter continuado a voar sem ser detectado.
“Acho que nós [a equipe de busca] podemos ter errado ao supor que a aeronave não estava sob controle no final. Se a aeronave ainda estivesse sob controle no sétimo arco, então o tamanho do Oceano Índico que eles poderiam alcançar seria tão inimaginavelmente grande que você não teria condições de vasculhar tudo. Houve muito esforço desperdiçado procurando nas áreas erradas”, disse Waring ao portal britânico.
Chamada de “Broken Ridge”, uma área no Sul do Oceano Índico, conhecida por sua difícil topografia subaquática se tornou o foco da busca. Peter Waring passou 12 meses como coordenador da operação a partir de Canberra, na Austrália. Ele informava às autoridades sobre a extensão do leito marinho que as equipes eram capazes de cobrir a cada dia.
Segundo dados da investigação até o momento, a aeronave teria mudado de curso em menos de uma hora após o início do voo, pouco depois, caiu no mar próxima à uma área conhecida como o sétimo arco.
A pesquisa envolveu várias fases, com uso de aparelhos acústicos para detectar qualquer sinal dos radiolocalizadores subaquáticos da aeronave. Além disso, também foi feito um levantamento batimétrico para mapear as profundidades do leito marinho, mas nada foi encontrado. O desaparecimento do avião permanece um dos maiores mistérios da aviação de todos os tempos.