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Em uma entrevista à Rádio Rivadavia, o presidente da Argentina, Javier Milei, abordou as críticas e protestos populares contra as medidas impopulares recentemente implementadas no país. Na última quinta-feira (21), Milei se pronunciou sobre os panelaços, destacando que as ações contra as medidas, incluindo um decreto que altera mais de 300 normas, são contraproducentes.
“Pode ser que haja pessoas que sofrem da síndrome de Estocolmo [porque] estão abraçadas e apaixonadas pelo modelo que as empobrece, mas não são a maior parte dos argentinos. A República está em risco com o populismo, não com a liberdade”, afirmou.
Quanto ao direito de greve, Milei disse que, nesse caso, se trata de serviços essenciais, como a educação, e que o país não pode perder dias de aula.
“É um bem essencial, não pode haver greve. Tanto na educação quanto na saúde, eles devem garantir 75% dos serviços para cumprir as horas, senão estamos hipotecando o futuro”, explicou.
Milei disse ainda que a nova gestão já observou que “entre leis e outras normas que dificultam o funcionamento de uma sociedade livre, há cerca de 380 mil regulações”. Logo depois, disse que o governo trabalha para “desmontar essa máquina de destruir em que se converteu o Estado argentino”.
Ontem, o presidente fez um pronunciamento transmitido por rádio e televisão em que detalhou as mudanças que fez na economia por decreto. Hoje, na entrevista, o chefe do Executivo argentino disse se tratar de “uma pré-dolarização”, que provoca “um choque de liberdade”. Logo na sequência, garantiu: “Vem mais por aí”.
Ainda em entrevista ao veículo, ele desconsiderou as críticas populares que afirmam que não havia emergência para usar o Decreto de Necessidade e Urgência.
“Não havia emergência? Por favor, olhem os números. A inflação vinha em 3.678%, isso é hiperinflação. Se não fizéssemos uma correção monetária para que o BCRA [Banco Central da República da Argentina] parasse de imprimir dinheiro, a Argentina estaria lançando as bases para uma hiperinflação”, afirmou.
O governante também esclareceu que teve que adotar “um conjunto de medidas impopulares para a recomposição do caixa”, mas ressaltou que “historicamente, todos os ajustes recaíram na população em geral, e esta é a primeira vez que 60% recaem no Estado”.
Em uma mensagem à classe média, Milei prometeu que eles se beneficiarão “com a redução da inflação e a melhoria da economia e terão um melhor trabalho e qualidade de vida”.
Ao concluir a entrevista, Milei destacou a urgência da situação econômica e rejeitou as críticas dos opositores, afirmando que as medidas visam melhorar a macroeconomia e resolver a emergência econômica enfrentada pelo país.
“O que estamos fazendo é melhorar a macroeconomia. É um pacote de estabilização em que muitas coisas não me agradam, mas é para resolver a inflação. Aqui há uma emergência. Acho engraçado os kirchneristas dizerem que não havia emergência”, finalizou.