Os populares jogos “do tigrinho” ou “do aviãozinho” ganharam visibilidade no Brasil neste ano principalmente pela divulgação massiva feita por influenciadores digitais. O problema é que apesar de estarem travestidos de brincadeiras legais, eles têm como pano de fundo o azar. Com relatos e mais relatos de pessoas que perderam dinheiro nestas plataformas, ambas entraram na mira da polícia e levaram consigo os próprios influencers para o centro de uma polêmica nacional.
A investigação da Polícia Civil do Maranhão mira um esquema criminoso em torno do “Fortune Tiger”, também conhecido como “jogo do tigrinho”. Um “caça-níquel” on-line, a plataforma promete ganhos em dinheiro. No entanto, vai contra a Lei de Contravenções Penais, que considera crime os jogos de azar em que o ganho ou a perda dependem da sorte.
Na prática, o objetivo do jogo é que o apostador faça uma combinação de três figuras iguais nas três fileiras que aparecem na tela. Ele não é desenvolvido pelas casas de aposta e, por isso, pode aparecer em mais de um site, geralmente dentro de “cassinos on-line”, o que é proibido no Brasil.
Influenciadores na mira da polícia
O casal de influenciadores Skarlete Mello e Erick Costa foi um dos alvos da operação deflagrada pela Polícia Civil do Maranhão. Eles foram presos na sexta-feira (15). A mulher, conforme os investigadores, receberia cerca de R$ 250 mil por semana apenas para divulgar o “jogo do tigrinho”.
Skarlete é apontada ainda como chefe de uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro. Segundo a polícia, ela deve usar tornozeleira eletrônica para monitoramento. Outras duas pessoas foram presas em São Luís, no Maranhão, por envolvimento no caso.
Jogo do “aviãozinho” também é investigado
Na internet, é possível encontrar outros jogos que prometem ganhos, com base na sorte do apostador. É o caso dos jogos “crash” (Spaceman/Aviator/JetX). O jogo “do aviãozinho” foi tema de uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, neste domingo (17).
Estes jogos mostram uma espécie de gráfico com a alta do item, como um avião ou um astronauta. A ideia é parar o jogo e retirar a aposta antes do “crash”, ou seja, quando o jogo acaba e o usuário perde dinheiro. Veja a reportagem completa:
Antes mesmo da reportagem, a influenciadora Viih Tube afirmou que conseguiu, esta semana, romper o contrato com uma destas empresas. Ela disse que tentava desde novembro acabar com a parceria. Mesmo assim, ela é uma das investigadas pela Polícia Civil de São Paulo, conforme mostrou o Fantástico.
Outro jogo popular é o Mines, que apresenta um tabuleiro com 25 casas, onde o objetivo é descobrir onde estão as estrelas e fugir das bombas, ou minas. O jogador escolhe quanto vai apostar e qual será o nível de dificuldade em cada rodada.
Senado aprova regulamentação das “bets”
O Senado Federal aprovou, em 12 de dezembro, o projeto que regulamenta e tributa o mercado de apostas esportivas, as “bets” — como Bet365, SportingBet, BetNacional, entre outras. No entanto, deixou de fora os jogos definidos como competições “cujo resultado é desconhecido no momento da aposta”. Isso fez com que jogos como o crash ou “do tigrinho” saíssem do texto.
O projeto vale apenas para apostas de “eventos reais”, onde o apostador sabe quanto pode ganhar já no momento da jogada. Apesar de legais, as bets não são tributadas pelo governo. Agora, a proposta volta à Câmara, pois passou por alterações pelos senadores.
R7