Escanteado após ter urgência rejeitada, com forte apoio da bancada evangélica, o PL das Fake News, que pretende regulamentar as redes sociais, ganhou um articulador de peso. Arthur Lira entrou em campo e procurou deputados da bancada evangélica para tentar negociar a retomada da votação da matéria já no primeiro semestre de 2024.
Com quem conversou, Lira demonstrou preocupação com o avanço da inteligência artificial e argumentou que o assunto precisa ser retomado antes das eleições municipais. Entre os motivos está o uso de imagem falsa e caluniosa de um político durante uma curta campanha (apenas 45 dias). Na visão deles, o estrago à imagem derrotaria o político.
Para tentar avançar na discussão, Lira ligou, na semana passada, para Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), um dos deputados que liderou a derrubada da urgência do PL.
Mas Cavalcante respondeu ao presidente da Câmara que só aceita discutir a proposta de Kim Kataguirri (União Brasil-SP), que trata de inteligência artificial, e mesmo assim, sob a condição de que o tema terá um relator “equilibrado”, que não seja um nome da esquerda.
O PL das Fakes News, qual a oposição chama de PL da Censura, era relatado pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
A retomada da discussão sobre a regulamentação das redes sociais voltou após uma onda de ataques recentes: Lula foi ameaçado, Janta teve o perfil no X hackeado, jovens tiveram fotos falsas de nudez publicadas na internet, além da morte de Jessica Vitória, 22 anos, alvo de assédio direcionado por fake news e até a morte do influencer PC Siqueira.
O Globo/Lauro Jardim