Durante a assinatura do contrato de construção de um empreendimento do programa Minha Casa, Minha Vida na Zona Leste de São Paulo, neste sábado (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e o governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), teriam sido convidados, mas não compareceram ao evento.
“Eu acho que eles foram convidados, não vieram, mas se viessem seriam tratados com maior respeito porque educação a gente aprende em casa. Eu aprendi com a minha mãe que a gente tem que tratar todo mundo com respeito”, citou.
O empreendimento, que fica na região de Itaquera, terá investimento total de R$ 573 milhões. Em discurso, Lula disse que o governo federal comprou o terreno por R$ 33 milhões, e citou os investimentos estaduais e municipais, apesar das ausências do prefeito da capital e do governador.
“É importante lembrar que o governo do estado de São Paulo está participando com o programa dele, Casa Paulista, com R$ 53 milhões. Porque normalmente, quando ele faz uma coisa que o governo federal participa, ele não cita o nome do governo federal. E eu quero dizer para vocês que nós não escondemos. Aqui tem R$ 53 milhões do governo do estado e R$ 53 milhões da Prefeitura de São Paulo”, acrescentou.
De acordo com as agendas oficiais, Ricardo Nunes estava, por volta das 10h30, hora em que Lula discursava, em um “Encontro de Fé” com o deputado federal Fábio Teruel (MDB) no Centro de Tradições Nordestinas, no bairro do Limão.
Já Tarcísio de Freitas estava na cidade vizinha, Caieiras, participando da entrega de mais de 1,2 mil títulos de imóveis da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) para moradores da cidade.
Já quem compareceu ao evento presidencial, porém, foi o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo no ano que vem.
Na semana passada, durante conferência do PT, Lula disse que iria se tornar “um cabo eleitoral”, contrariando até a opinião de integrantes do partido, que defendiam uma candidatura própria.
Procurado, o prefeito Ricardo Nunes respondeu que não vai a eventos “relacionados a invasão”. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não quis comentar.
Também estiveram os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Jader Filho (Cidades).
Empreendimento lembra ocupação em 2014
O conjunto residencial que teve o contrato assinado neste sábado lembra uma ocupação de famílias sem-teto que aconteceu em 2014, na região de Itaquera, que ficou conhecida como “Copa do Povo”. Inicialmente, serão construídas 650 moradias.
Diversas tentativas judiciais de reintegração de posse foram feitas, e a desapropriação do terreno foi reivindicação de diversas manifestações.
Em abril deste ano, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) chegou a acampar em frente à prefeitura de São Paulo para pedir agilidade nesse e em outros processos.
Créditos: CNN.