Na noite do último dia 21, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) flagraram o gerente de um posto de combustíveis em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, tentando dar um golpe durante o abastecimento de um veículo policial.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, os policiais notaram que a bomba indicava 81,66 litros de diesel após o abastecimento. No entanto, o veículo da PRF tem apenas capacidade para comportar 76 litros no tanque, conforme especificado no manual do fabricante.
Ao abastecer, o consumidor deve ficar atento a práticas fraudulentas, como verificar o lacre da bomba, conferir o visor e exigir comprovante. Especialistas alertam inclusive, especialmente neste fim de ano, para o golpe conhecido como “bomba baixa”.
A fraude consiste em enganar o consumidor quanto à quantidade real de combustível comprada. O golpe ocorre quando o operador da bomba, intencionalmente, ajusta o equipamento para fornecer uma quantidade menor de combustível do que a indicada no visor, levando o comprador a pagar por uma quantidade maior do que recebe.
Segundo dados fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) ao Metrópoles, em 2023, no período de 01 de janeiro até 30 de novembro, foram realizadas 15.334 ações gerais de fiscalização em postos revendedores de combustíveis líquidos, em todo território nacional, com 3.743 ações resultando em algum tipo de infração. Dessas, 140 foram autos de infração por aferição irregular em suas bombas medidoras (“bomba baixa”), relativos a 137 postos revendedores de combustíveis.
A ANP acrescentou que o consumidor pode solicitar o teste de volume sempre que desconfiar que a quantidade abastecida no tanque é menor do que a registrada na bomba.
“Caso o consumidor suspeite que a quantidade de combustível abastecida no tanque seja menor do que a registrada na bomba, ele pode solicitar o teste de volume, no qual um representante do posto deve utilizar um equipamento chamado medida-padrão de 20 litros, lacrado e aferido pelo Inmetro. Se estiver faltando mais de 60ml para completar a medida, ele pode estar sendo alvo do chamado golpe da bomba baixa”, alertou.
Em julho deste ano, o Instituto Nacional de Metrologia (Inmet) fez uma grande operação no Distrito Federal com o objetivo de verificar se os consumidores estão recebendo a quantidade certa de combustível e se as bombas medidoras seguem os requisitos de segurança, de acordo com a Portaria nº 227/2022.
Na primeira semana de ação, foram fiscalizados 14 postos nos quais os fiscais verificaram 203 bombas medidoras de combustíveis e encontraram irregularidades em 78 (38,4%), com emissão de três autos de infração. Dois bicos foram interditados, por apresentarem irregularidades graves.
“Há aproximadamente 5 anos, a cobertura do Distrito Federal está abaixo de 50%, ou seja, a vigilância de mercado e a fiscalização não estavam acontecendo de forma periódica e isso aumentou as denúncias recebidas na Ouvidoria. Por essa razão, estamos intensificando a fiscalização, convocando equipes de outros estados para apoiar”, explicou o presidente do Inmetro, Márcio André Brito, que acompanhou a ação.
O presidente do Instituto de Pesos e Medidas, Alexandre Valle, explicou o que o consumidor pode fazer para não ser lesado pela “bomba baixa”: “Na hora de abastecer, o consumidor deve conferir se o equipamento está zerado e lacrado. Caso desconfie, pode ligar para a ouvidoria do Ipem”, ressalta.
Para driblar esse tipo de fraude, o motorista de aplicativo Anderson Soares, de 25 anos, diz que abastece sempre no mesmo local, “justamente para evitar que isso aconteça”.
Créditos: Metrópoles e O Dia.