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Em 2023, o dólar teve uma queda significativa, passando de R$ 5,28 no início do ano para cerca de R$ 4,90 no final, representando uma desvalorização de 7,20%. Esse declínio é atribuído à redução dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e ao forte desempenho da balança comercial brasileira, segundo especialistas. Para 2024, espera-se que esses fatores continuem a influenciar o comportamento da moeda americana.
Essa desvalorização não foi restrita ao real. O dólar também perdeu força frente ao peso mexicano, recuando quase 5%. Movimentos globais, como a sinalização do Federal Reserve, o banco central americano, sobre o início de um ciclo de corte de juros e a divulgação de dados do emprego nos Estados Unidos, contribuíram para esta queda.
Como variam os movimentos do dólar?
O mês de outubro demonstrou uma pequena recuperação para o dólar, devido ao início de tensões no Oriente Médio. No entanto, com a desaceleração da inflação nos EUA e a precificação dos riscos pelos investidores, a moeda voltou a se depreciar, abrindo um fluxo maior de investimentos para os países emergentes.
No início de 2023, a queda do dólar em relação ao real foi atribuída a fatores internos do Brasil. O desempenho acima do esperado do PIB) no primeiro trimestre e a diferença na taxa de juros entre o Brasil e os Estados Unidos foram determinantes, segundo especialistas. Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio, destaca que a aprovação de reformas fiscais, como a reforma tributária e medidas de ajuste fiscal, reduziu incertezas locais e aumentou a confiança de investidores estrangeiros.
O que esperar do dólar em 2024?
Com a iminência da chegada de 2024, os especialistas em câmbio afirmam que a dinâmica vista em 2023 deve se repetir. José Faria Júnior, analista da Wagner Investimentos, questiona a crença do mercado de que o Federal Reserve iniciará um ciclo de corte de juros já em março. Para ele, a alta inflação nos EUA e a forte situação de emprego no país indicam um cenário diferente.
Porém, analistas preveem que o dólar possa se desvalorizar ainda mais em 2024. O Bank of America estima que a moeda americana encerre o próximo ano a R$ 4,75, considerando a tendência de juros globais mais baixos e o saldo positivo das transações internacionais do Brasil. A XP, de maneira similar, prevê o dolar fechando 2024 a R$ 4,80, apontando um crescimento econômico mais fraco e uma inflação mais controlada como razões. A Itaú Asset também aposta na valorização das moedas de países emergentes, com destaque para o real brasileiro.
Ao final, o cenário economicamente instável e as variações na política monetária tornam incerto o futuro da cotação do dólar, que segue sendo monitorado de perto por investidores e especialistas do mercado financeiro.