Integrantes da cúpula militar brasileira preveem que a Venezuela invadirá pelo mar, e não por terra, o Essequibo, região em disputa que representa mais de 70% do território da Guiana.
Segundo militares brasileiros de alta patente ouvidos pela coluna, a invasão por via terrestre seria o caminho mais difícil para as Forças Armadas venezuelanas, por dois motivos principais. As informações são da coluna de Igor Gadelha/Metrópoles.
Primeiro, porque a fronteira entre a Venezuela e a Guiana é formada principalmente por selva, o que dificulta o deslocamento tanto de viaturas blindadas quanto das tropas do ditador Nicolás Maduro.
Mapa da disputa entre Venezuela e Guiana
Nesse cenário, restaria à Venezuela invadir a região de Essequibo por meio da fronteira do Brasil com a Guiana, que tem vegetação menor. É aqui, então, que entra a segunda dificuldade de Maduro.
Isso porque o governo Lula já sinalizou que não pretende permitir que os militares venezuelanos entrem na Guiana por meio da fronteira com o Brasil, situada no estado de Roraima.
A sinalização foi dada por meio do envio de veículos blindados pelo Exército brasileiro para a região da fronteira com a Venezuela, após o referendo feito por Maduro para a anexação de Essequibo.
Nesse cenário, observam integrantes do Ministério da Defesa brasileiro, o caminho mais viável para Maduro seria invadir a Guiana pela via marítima, por meio do Oceano Atlântico.
Os militares brasileiros acreditam, porém, que os Estados Unidos e a Inglaterra devem se envolver na disputa e tentar impedir que a Venezuela anexe a região da Guiana.
Lula convoca reunião
Diante da escalada da tensão na região, o presidente Lula convocou o ministro da Defesa do Brasil, José Múcio, para uma reunião na sexta-feira (8/12), em Brasília, para tratar do assunto.
Os dois já tinham conversado por telefone nos últimos dias, enquanto o presidente da República estava em viagem internacional pelo Oriente Médio e pela Alemanha.
Antes disso, Lula deve ter uma conversa com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e com o ex-chanceler Celso Amorim, atual chefe da assessoria internacional do presidente no Palácio do Planalto.
Metrópoles/Igor Gadelha