Enquanto isso, os reservatórios das usinas do Sudeste/Centro-Oeste — principal subsistema para armazenamento das hidrelétricas — deverão alcançar 64,6%, um pouco acima do 63,7% previsto no início do mês.
Contudo, “não é só de nível dos reservatórios que se faz a conta de energia final”, aponta a Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, afastando a ideia de que o preço da energia elétrica será mais baixo ou elevado a depender do nível do reservatório.
Por mais que os reservatórios estejam cheios, é preciso analisar a formação do preço nesse mercado. Outros dois fatores são os de distribuição e transmissão, que obedecem dinâmicas e tarifas regionais, e já estão sendo repassados para a conta do consumidor, explica Argenta.
As tarifas são a soma dos componentes de geração, transporte e comercialização da energia elétrica, além de encargos direcionados ao custeio da aplicação de políticas públicas, segundo o Ministério de Minas e Energia.
Para Victor iOcca, diretor de Energia Elétrica da Abrace, um dos principais motivos para o aumento da tarifa é o crescimento recorrente dos custos das políticas públicas de subsídios.
A maior despesa é com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que está chegando a R$ 40 bilhões. Disso, R$ 30 bilhões são recebidos das tarifas dos consumidores.
Além disso, os investimentos em transmissão também pesam na carteira. Na próxima sexta-feira (15) será realizado mais um leilão que soma R$ 21,7 bilhões em investimentos — cifra recorde — negociando nove empreendimentos, que totalizam mais de três mil quilômetros em linhas de transmissão.
Segundo diretor da Aneel à CNN, o leilão com investimento recorde pode aumentar segurança contra apagões.
“Quando você comemora investimento em um leilão de R$ 30 bilhões ou 40 bilhões, tenha certeza que daqui a dois ou três anos isso vai se traduzir em aumento tarifário”, explica o diretor da Abrace.
CNN Brasil