Um estudante de doutorado da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, liderou um estudo que rastreou a origem de duas crateras misteriosas na Lua e descobriu que elas foram causadas por lixo espacial chinês.
Em um artigo publicado no Planetary Science Journal, o grupo de Tanner Campbell, que integra o Departamento de Engenharia Aeroespacial e Mecânica da Faculdade de Engenharia da universidade, expôs provas de que os buracos foram causados por um propulsor de um foguete espacial da China que teria vagado por anos no espaço.
A equipe usou o Telescópio Raptor para analisar os sinais de luz refletidos pela superfície do objeto e concluir que ele não era um Falcon 9, da SpaceX, mas sim um propulsor de um Chang’e 5-TI. O foguete foi lançado em 2014 como parte do programa de exploração lunar da agência espacial da China e tinha a missão de trazer uma amostra do solo da Lua para a Terra.
Na época, os chineses afirmaram que ele havia sido destruído ao entrar de volta na atmosfera da Terra, o que foi desmentido pelo Comando Espacial dos Estados Unidos.
O que permanece sem explicação aparente é o fato de o propulsor ter provocador duas crateras separadas por cerca de 30 metros.
“Esta é a primeira vez que vemos uma cratera dupla”, disse ele. “Sabemos que no caso da Chang’e 5 T1, o seu impacto foi quase direto para baixo, e para obter essas duas crateras com aproximadamente o mesmo tamanho, são necessárias duas massas aproximadamente iguais e separadas uma da outra.”
Campbell acredita que a segunda cratera possa ter sido causada por alguma estrutura de suporte extra ou instrumentação adicional, mas salienta que é difícil descobrir a causa correta. “Provavelmente nunca saberemos.”
Esse não é o único lixo espacial que astronautas encontrarão no futuro quando forem explorar os terrenos lunares. Por lá, há vários propulsores das missões Apollo da Nasa que se chocaram com a Lua após terem terminado sua viagem pelo espaço.
Em novembro, uma maleta de ferramentas da Nasa podia ser vista nos céus da Europa. O objeto foi perdido durante uma caminhada espacial para trabalhos de manutenção realizada em 1º de novembro, que levou cansativas 6 horas e 42 minutos para as astronautas da Nasa Jasmin Moghbeli e Loral O’Hara.
“O Controle da Missão analisou a trajetória da bolsa e determinou que o risco de novo contato com a estação é baixo e que a tripulação a bordo e a estação espacial estão seguras e nenhuma ação é necessária”, informou a Nasa em seu blog oficial.
CNN