O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o senador e ex-ministro Sergio Moro (União-PR) perdeu o apoio do eleitorado de direita, depois da sabatina que sacramentou a ida de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a sabatina, o senador foi flagrado dando um abraço no indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao STF. Além disso, o repórter do O Globo Brenno Carvalho registrou uma troca de mensagens entre Moro e um assessor. Na conversa, o ex-juiz é alertado a não declarar seu voto a favor de Dino nas redes sociais.
Segundo o site Metrópoles, Bolsonaro foi o primeiro da família a receber as fotos com as mensagens de Moro. Em seguida, ele teria enviado aos filhos. O ex-presidente disse a aliados que o senador, que já não teria os eleitores da esquerda, perdeu os de direita.
Bolsonaro também avaliou que Moro foi ingênuo ao fazer um gesto a Dino e ao atual governo, na tentativa de se salvar da cassação, que tramita na Justiça Eleitoral do Paraná.
O abraço constrangedor de Moro e Dino
Moro tomou a iniciativa de ir até a mesa da Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ), onde Dino foi sabatinado. Durante a aproximação, ambos cumprimentaram-se com um abraço e trocaram risadas.
Na sessão, o Senado também avaliou a indicação para a Procuradoria-Geral da União (PGR), Paulo Gonet. O senador cumprimentou ambos os indicados.
Durante o abraço, Dino aproveitou a oportunidade para brincar com o senador, perguntando sobre o voto. Moro riu, mas não respondeu. Mais tarde, durante sua fala para inquirir os indicados, Moro comentou a repercussão das fotos.
“Fui até aí cumprimentá-lo, acho que é um dever de cordialidade e civilidade”, disse Moro. “Vossa Excelência me perguntou algo, achei graça e dei uma risada. Tiraram várias fotos, já está viralizando, como se isso representasse minha posição. Sempre deixei muito claro: tenho diferenças com o atual governo, e vossa excelência faz parte do atual governo. Tenho diferenças profundas, e tenho sido um crítico, inclusive da gestão de vossa excelência, mas não perderei a civilidade e acho que este país precisa disso, para que possamos diminuir a polarização.”