O Banco Central da Argentina planeja imprimir e emitir notas de 20 mil e 50 mil pesos para conter a quantidade de dinheiro em circulação no país, segundo o presidente argentino, Javier Milei. Esses valores equivalem, respectivamente, a cerca de R$ 120 e R$ 300. A medida visa enfrentar os desafios causados pela alta inflação, que tem levado os argentinos a lidar com grandes volumes de papel-moeda.
Javier Milei confirmou a criação das novas notas durante uma entrevista ao canal de notícias La Nación +. Ele destacou a dificuldade que os argentinos enfrentam ao realizar transações devido à necessidade de carregar grandes quantidades de dinheiro. Com a introdução das novas notas de valores mais altos, Milei diz que a quantidade de dinheiro circulando no país será reduzida, especialmente fora do setor cambial.
Na mesma entrevista, Milei ameaçou realizar uma consulta popular caso o Congresso não aprove o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) que ele emitiu em 20 de dezembro. O DNU busca desregular a economia argentina, promovendo alterações em mais de 350 normas.
O presidente argentino acusou alguns membros do Congresso de buscar propina para aprovar seu “decretaço”. Ademais, afirmou que a lentidão na tramitação de projetos está relacionada a interesses corruptos. Milei destacou que, se o Congresso rejeitar o decreto, ele convocaria um plebiscito para que os legisladores explicitem por que estão contra as propostas.
Medidas do Governo Milei
Em suma, Argentina enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história recente, com uma taxa de inflação que ultrapassa os 140% ao ano. Além disso, cerca de 40% da população vivendo na pobreza. Dessa maneira, Milei afirmou que seu governo planeja cortar gastos públicos equivalentes a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
A crise econômica levou a uma série de protestos contra as reformas propostas por Milei, que também incluem a privatização de empresas estatais. O presidente convocou sessões extraordinárias do Congresso para debater e aprovar suas propostas, mas enfrenta resistência, já que seu partido, Liberdade Avança, é minoritário no Legislativo.
SCD