Ministro enviou vídeo a integrantes da bancada evangélica se manifestando contra aborto e legalização das drogas
Nas conversas a portas fechadas com parlamentares do segmento que aceitaram recebê-lo, o ministro da Justiça tem feito um desabafo. Dino se queixa da resistência para ser recebido por senadores dessa ala, reclama de ser alvo de fake news e reitera que tem “posições cristãs”, como ser contra o aborto.
O ministro enviou, por WhatsApp, nos últimos dias, a senadores da bancada evangélica um vídeo no qual destaca esses posicionamentos.
— Ele enviou um vídeo por WhatsApp aos senadores da bancada dizendo que que é contra a legalização das drogas e contra o aborto. Entendo como um bom gesto, mas, neste momento, há sempre uma tendência a esquecer o passado — disse à coluna o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da bancada evangélica da Casa, formada por 16 senadores.
Viana afirma que, apesar de Jorge Kajuru (PSD-GO) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) integrarem formalmente a frente de 16 senadores, são 14 os que participam ativamente do grupo.
— Entre esses 14, apenas a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) se posicionou abertamente a favor de Dino. Todos integrantes têm liberdade de votar como quiserem, mas os membros da bancada têm deixado claro que são contra a ida do ministro da Justiça para o STF. O argumento é a forma como ele tratou os parlamentares, que foi similar a Alexandre de Moraes. Ditador já basta um — disse Viana, com crítica a Moraes.
O presidente da bancada evangélica disse que a senadora Eliziane Gama tentou marcar uma agenda de Dino com o grupo, mas que o convite não foi aceito.
Se for aprovado para o STF, Dino não votará nos julgamentos da corte sobre drogas e aborto. Isso porque ele entrará no lugar de Rosa Weber, que já se posicionou nessas ações antes de deixar o tribunal, em setembro.