Uma pesquisa traz um alerta para o estado de conservação das rodovias brasileiras. Quase três em cada dez estradas estão em situação ruim ou péssima. O motorista que vai viajar para as festas de fim de ano precisa ficar ainda mais atento ao dirigir pelo lado direito da pista.
A rodovia é a mesma, mas as pistas…
A faixa da esquerda está em boas condições. Na da direita, por onde passam caminhões e carretas, o asfalto afundou.
No trecho da BR-153, em Goiás, o motorista do caminhão trafega pela esquerda, para fugir das ondulações.
E haja amortecedor para aguentar tantos problemas na estrada. Em uma estrada, a carreta vai para o acostamento. O motorista de um carro preferiu ir para a faixa da direita. Os carros também evitam os trechos ruins.
Segundo a Confederação Nacional do Transporte, mais da metade das rodovias brasileiras está em situação regular, ruim ou péssima.
Um dos problemas apontados é o excesso de peso no transporte de cargas. Um caminhão visto pela reportagem estava com 18 toneladas acima do limite.
De janeiro a outubro deste ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) multou 16.491 veículos por excesso de carga (6% a mais que no mesmo período do ano passado, 15.527).
“O excesso de peso causa, além do dano do pavimento, também segurança no trânsito. Pode trazer danos ao freio do veículo, que pode não parar na hora que for necessário parar”, diz Lyzandro Onasses, inspetor da PRF.
O calor intenso também influencia na vida útil do asfalto.
“Com esse clima que a gente tem agora, no meio do dia, as temperaturas que estão ali são muito elevadas, passa dos 70ºC. Então, realmente, tem material que não suporta bem”, afirma Lilian Ribeiro Rezende, professora de engenharia e especialista em pavimentação.
A Universidade Federal de Goiás faz pesquisas sobre o asfalto utilizado em várias regiões do país. Os estudos mostram que existem materiais que aumentam a durabilidade da rodovia. Um deles é a borracha triturada.
Outro, que parece pó de café, é restos de pneus. O material já vem sendo usado na pavimentação de estradas. Os testes mostraram que ele é mais resistente a altas temperaturas.
Os pesquisadores usam prensas potentes para simular o tráfego de veículos e comparar o asfalto convencional com o de borracha.
“Ele suporta 200 vezes mais carga do que o convencional”, explica a professora Lilian Ribeiro Rezende.
O custo ainda é um pouco maior, de 6 a 13%, mas a pesquisadora garante que compensa.
“Considerando o tempo que aquele material vai durar, esse custo realmente se paga porque isso significa menos manutenção na rodovia depois da obra implantada.”
Créditos: Jornal Nacional.