Foto: Wallace Martins/Estadão Conteúdo
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sofreu uma derrota na Câmara dos Deputados, na terça-feira 19.
Por 311 votos a favor e 103, contra, o Parlamento aprovou um projeto de lei (PL) para a realização de obras na rodovia BR-319, que liga o Amazonas a Rondônia. O texto seguiu para o Senado.
Em linhas gerais, o PL flexibilizou regras de licenciamento ambiental para as melhorias serem feitas com celeridade. Além disso, o projeto determinou ao Fundo Amazônia, atualmente responsável por financiar ONGs estrangeiras, o financiamento dos gastos. O texto classificou ainda como serviços necessários canteiros de obras, terraplanagem, confecção de asfalto, construção de dormitórios e locais de passagem.
Construída em 1970, durante o regime militar, a pista de 900 quilômetros ficou abandonada na década seguinte. Atualmente, a via tem trechos nos quais é praticamente impossível transitar, em virtude da terra que vira um lamaçal em dias de chuva. Vídeos que circulam na internet mostram veículos atolados e pessoas com dificuldades para removê-los.
Marina Silva criticava obras
Há alguns anos, Marina tem se manifestado contra obras na BR-319. Em novembro deste ano, a ministra do Meio Ambiente voltou a criticar a infraestrutura da região ao afirmar que as obras nela não são viáveis “economicamente e ambientalmente”.
“Socialmente, até a gente entende”, disse Marina, durante oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito das ONGs. “Agora, ambientalmente e economicamente, não se faz uma estrada de 400 quilômetros, no meio de floresta virgem, apenas para passear de carro, se não estiver associada a um projeto produtivo.”
O senador Plínio Valério (PSDB-AM) disse que irá se articular para o texto ser aprovado quanto antes no Senado. “Essa é uma vitória importantíssima na nossa longa e incansável batalha pela recuperação da BR 319”, disse o parlamentar. “E o direito de dignidade aos amazonenses e rondonienses.”