Jessica Alves foi e ainda é conhecida pelas muitas plásticas que fez – são 107 procedimentos no total – mas garante não ter planos para novas intervenções na aparência – pelo menos por enquanto. “Não tenho planos de mais cirurgias no momento. Já fiz 107, estou cansada. Não aguento mais”, assume.
Aos 40 anos, a brasileira radicada na Europa há mais de duas décadas diz estar em uma fase tranquila, mesmo com os constantes ataques transfóbicos que recebe e aos quais credita a queda de seu Instagram.
“Após a cirurgia de redesignação sexual, fiquei mais feminina. E isso incomoda as pessoas, principalmente algumas mulheres cis. Sofro muita transfobia e acredito que este seja o motivo pelo qual o meu Instagram foi suspenso sem aviso prévio”, desabafa ela.
Jéssica se dedica integralmente à rede em que, além de compartilhar sua rotina, faz colaborações e tem uma de suas fontes de renda. “Isso [ficar sem seu perfil] me levou a sofrer muita ansiedade e noites sem dormir. Sinto como se tivesse sido empurrada de um penhasco para um abismo”, explica ela, que contratou um advogado no Brasil para tentar resolver o problema e voltar a falar com seus 7,3 milhões de seguidores.
É que a modelo até está no TikTok, mas não gosta. “Não sei usar bem e odeio fazer dancinha. Acho super brega e não combina comigo”, avisa Jessica, que também trabalha fora das redes. Morando há 22 anos em Londres, ela é apresentadora e comentarista, além de participar programas de TV na Itália, Espanha e Reino Unido – neste último, é remunerada para ir a eventos, a famosa presença paga.
“Sou um personagem público televisivo com mais de 750 participações em programas de TV em 24 países e fiz ainda dois Big Brothers na Europa”, conta a modelo, que recorre à terapia e ao block para lidar com ódio na internet: “Sou uma pessoa muito forte, geralmente eu deleto [comentários ofensivos] e bloqueio estas pessoas”, avisa. “Também faço terapia uma vez por semana, o que ajuda”, conta.
Fora das redes, Jessica garante que é tratada melhor. “No Reino Unido, eu me sinto bem e segura. Vou sempre para a Itália e nunca tive problemas”, diz a modelo, que hoje se sente confortável na própria pele. “Para uma mulher trans de 40 anos, eu estou muito bem”, afirma.
Jessica faz questão de frisar que é feliz. “Sou muito feliz, sim. Tenho uma ótima família e ótimos amigos. Só me falta um grande amor para ser completa”, sonha. “Estou solteira e em busca de um amor. Logo chego a São Paulo para o Natal e, quem sabe, Papai Noel não me presenteia com um belo brazuca”, brinca.
Créditos: Quem.