Quatro semanas se passaram desde que soldados israelenses foram convocados para suas unidades, no fatídico 7 de outubro. Naquele dia, o grupo terrorista palestino Hamas se infiltrou no sul de Israel, realizou massacres e sequestrou reféns. Segundo autoridades do Estado judeu, cerca de 1.400 israelenses morreram na ofensiva, enquanto mais de 240 pessoas estão sob custódia dos terroristas. Após o ataque-surpresa, Israel iniciou uma contraofensiva com bombardeios incessantes à Faixa de Gaza.
Em paralelo aos ataques aéreos, Israel pôs em prática também uma ofensiva terrestre em Gaza, que chegou ao nono dia nesta segunda-feira (6) e tende a ser mais violenta no decorrer dos próximos dias. Na última quinta-feira (2), as forças israelenses anunciaram que cercaram o território palestino. Os soldados estão agora começando a estabelecer uma rotina de ação dentro da região e se preparam para o início dos combates em meio às emboscadas dos terroristas.
“Há muito fogo de armas pequenas e granadas lançadas por foguetes”, disse ao jornal Hareet o major Yiftach, oficial de tanques que abandonou os estudos de direito para retornar à brigada. “Mas mal vemos os terroristas. Eles estão no subsolo e só emergem para emboscar você. Já encontramos algumas saídas de túnel. Quando isso acontece, chamamos Yahalom [uma unidade de elite de engenharia de combate e demolição], que os explode.”
Apesar de o Exército de Israel ainda não ter entrado em confrontos armados por terra, a ofensiva terrestre israelense em Gaza transformou o território palestino em uma linha de frente da guerra. Em paralelo ao cerco total da região, as forças israelenses ocuparam o norte da capital com tanques blindados. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou na quinta-feira que o país se encontra “no auge da batalha”.
Os soldados se preparam para o confronto de diversas formas. Alguns deles comem rações de combate em uma mesa de madeira na varanda. Outros estão agachados em posições defensivas, olhando para os edifícios próximos, atrás de buracos na parede de tijolos ao redor de uma vila parcialmente destruída. Todos usam coletes de combate cheios de carregadores de rifle, que ainda não entraram em cena.
“Além de proteger o posto de comando, ainda não somos infantaria”, afirmou ao jornal local Hareet um dos soldados da Brigada Givati, que opera desde o início da ofensiva terrestre no setor noroeste de Gaza e agora atua na proteção de um posto de comando em um bairro no norte da cidade de Gaza. “Tudo o que fizemos foi andar em nossos veículos blindados. As botas no chão virão mais tarde.”
A manobra terrestre do Exército de Israel em Gaza tem sido feita com os veículos mais avançados e mais bem protegidos — tanques Merkava Mark IV e veículos de combate de infantaria pesada (IFVs) Namer e Eitan —, que avançam em grande número. Eventuais dispositivos explosivos improvisados (IED) explodem ao lado dos tanques, mas eles quase não são sentidos nos veículos pesados.
Em raras exceções, os soldados acabam por ser atingidos. Na semana passada, quando dois mísseis antitanque atingiram um dos IFVs Namer, mataram todos os dez combatentes Givati que estavam lá dentro.
R7