Os dias quentes são acompanhados de uma sintomatologia clássica: suor, desidratação e tonturas, que podem configurar um quadro de pressão baixa. O cardiologista do Hcor Celso Amodeo explica que a queda da pressão arterial no calor ocorre devido à vasodilatação.
“Quando temos um excesso de calor, o organismo elimina essa alta temperatura por meio do suor e aumentando a dilatação dos vasos sanguíneos”, afirma.
O cardiologista André Gasparoto, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, complementa que a perda de líquidos, nem sempre repostos adequadamente, pode auxiliar os quadros de hipotensão.
Entre as pessoas mais suscetíveis a tal efeito pelo calor estão aquelas que se encontram nos extremos das idades (crianças e idosos), assim como pacientes com problemas cardiovasculares.
Isso ocorre pela baixa ingestão de líquidos causado, às vezes, pela eventual necessidade de ajuda para seu consumo, por desidratação, intolerância à quantidade de líquidos necessários e descompensação das doenças preexistentes.
“Pessoas com padrões hemodinâmicos mais baixos, muito comum entre mulheres por já nascerem com essa tendência, ou devido ao excesso de peso, sedentarismo e flacidez muscular, tendo uma maior vasodilatação dos membros inferiores e apresentando pernas inchadas, possuem maior propensão à queda da pressão arterial”, acrescenta Amodeo.
Além da própria elevação da temperatura e da desidratação, pode-se somar o uso de roupas incompatíveis com o calor, exposição excessiva e em horários em que o sol é mais agressivo ao organismo, excesso de bebidas alcoólicas e má alimentação entre as razões que podem levar à hipotensão.
Os sintomas do quadro podem envolver tontura, visão embaçada, palpitações, dor no peito, desmaio, arritmias, AVC (acidente vascular cerebral) e, em casos extremos, levar até à morte.
O que fazer diante da pressão baixa?
Os especialistas alegam que, ao constatar a hipotensão, é preciso retirar a pessoa do ambiente que esteja sob o sol e conduzi-la a um ambiente mais fresco e, se estiver consciente, ofertar água.
É recomendado deitar o paciente e levantar as suas pernas em até 45° (posição de Trendelenburg), permitindo a circulação de sangue no cérebro.
“A ideia de colocar sal na boca não é a correta. A relação do sal com a pressão está associada ao seu uso crônico, e não com ingerir o sal pontualmente. Eu não terei um pico de pressão comendo sal. Ele vai reter líquido, expandir em maior volume e, cronicamente, sim, um quadro de hipertensão”, esclarece o Amodeo.
Assim, a solução é manter a hidratação adequada.
Para evitar os episódios, os médicos aconselham manter a hidratação adequada e evitar a exposição solar, especialmente em horários mais críticos; também recomendam o uso de roupas adequadas, de cores claras, que não absorvem o calor, e mais abertas; e ter uma dieta mais leve, evitando alimentos ricos em gorduras.
R7