A Polícia Civil do Rio de Janeiro montou uma operação de inteligência que durou aproximadamente uma semana para localizar com precisão e prender um dos maiores serial killers do Brasil, procurado pelas forças policiais há dois anos. Roberto Marcelo Paiva Ramos, foi condenado a 60 anos de prisão por matar pelo menos sete mulheres em Minas Gerais e na Bahia. Ele foi encontrado trabalhando como garçom, em Cabo Frio, na Região dos Lagos.
Segundo o delegado responsável, Sergio Caldas, da 126ª DP, em Cabo Frio, após uma pista inicial, o monitoramento apontou que Ramos trabalhava como garçom em um restaurante do Centro de Cabo Frio. A investigação indicou que ele chegou à cidade da Região dos Lagos do Rio há pelo menos 45 dias, e vivia em uma casa alugada.
— A gente conseguiu através do nosso setor de inteligência, com troca de informações com outros estados, um possível paradeiro. Ele estava foragido de Minas, depois de ter ficado preso mais de 20 anos. Percebemos que ele tinha uma extensa ficha criminal, crimes contra a vida e focado em mulheres, por isso nos dedicamos para cumprir os mandados em aberto — disse o delegado.
Ramos é considerado pelas autoridades de Minas e da Bahia um psicopata, que sentia prazer em ver suas vítimas sofrendo até a morte. Segundo o próprio homem relatou, em prisão anterior, ele matava inspirado no filme “Rejeitados pelo Diabo”.
Caldas apontou que, a partir da identificação, houve um trabalho para definir onde, como e quando seria a melhor abordagem para prendê-lo sem maiores transtornos. Ele estava próximo de um mercado de peixe quando foi abordado, e não apresentou resistência.
Em 2006, Roberto afirmou que matou turista em Arraial a pedido de sua companheira, Rosângela — Foto: Reprodução
Ao ser levado para a delegacia, Ramos repetiu a versão de que não é responsável pelo assassinato da turista paulista Adriana Chamie Nunes, com 32 anos na época, em uma pousada em Arraial D’Ajuda, Bahia. Ele reafirmou que a mulher a pedido da então companheira, Rosângela Teixeira da Silva, que também foi presa.
Adriana foi estrangulada por Ramos com um fio elétrico e depois foi agredida na cabeça com um porrete. O assassino só foi descoberto e preso após se envolver em uma briga numa festa, onde acabou confessando o homicídio da turista paulista. Na época, ele já era foragido da Justiça de Minas Gerais, onde cumpria pena por homicídio.
— Não temos evidências sobre crimes cometidos no Rio de Janeiro, mas ele deverá ser admitido pelo sistema prisional do estado antes de ser transferido para Minas Gerais, onde deverá cumprir sua pena — explicou o delegado.
Extra/Globo