O senador Hiran Gonçalves (PP) pediu ao Ministério da Defesa o reforço das Forças Armadas em Pacaraima, cidade brasileira na fronteira com a Venezuela, por conta da disputa entre o país venezuelano e a Guiana pela região de Essequibo.
Essequibo, administrada pela Guiana, tem um território de 160 mil km² — cerca de 70% do território atual da Guiana — e concentra reservas de petróleo estimadas em 11 bilhões de barris.
De acordo com o senador, em conversa na terça-feira (28), o ministro da Defesa, José Mucio, garantiu o reforço militar na fronteira do Brasil com a Venezuela, principalmente no município de Pacaraima, local estratégico de acesso ao Essequibo.
Ao g1, o Ministério da Defesa disse que está acompanhando a situação. Disse ainda que tem intensificado as ações de defesa “na região da fronteira ao Norte do país, promovendo maior presença militar”.
O pedido do senador ocorre às vésperas do referendo que a Venezuela convocou para que a população do país responda sobre a criação de uma nova província chamada “Guayana Esequiba” no território de Essequibo.
O referendo, convocado por Nicolás Maduro, está marcado para este domingo (3), e prevê conceder a nacionalidade venezuelana a 125 mil habitantes da região de Essequibo.
Para o senador, o reforço militar será a garantia da segurança dos brasileiros que vivem em Pacaraima devido a aproximação do referendo.
Ministro da Defesa José Mucio e senador Hiran Gonçalves. — Foto: Ascom Hiran Gonçalves/Divulgação
“Estarei em Pacaraima para avaliar o impacto dessa notícia, um referendo que vai haver no próximo domingo. Já tivemos uma reunião com o ministro da Defesa, ele determinou o contingente do Exército na fronteira para preservar a nossa cidadania”, esclareceu Hiran Gonçalves.
Disputa de quase 60 anos
A Venezuela e Guiana disputam a região de Essequibo desde 1966. Em 2015, a disputa ficou mais acirrada, pois a companhia americana ExxonMobil descobriu campos de petróleo na região.
A Guiana afirma que é a proprietária do território porque existe um laudo de 1899, feito em Paris, no qual foram estabelecidas as fronteiras atuais.
Já a Venezuela afirma que o território é dela porque assim consta um acordo firmado em 1966 com o Reino Unido, antes da independência de Guiana, no qual o laudo arbitral foi anulado e se estabeleceram bases para uma solução negociada.
A Guiana quer que a disputa seja resolvida na Corte Internacional de Justiça. A Venezuela quer tentar negociar com o país vizinho.
G1