A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira (10) mandado contra um sexto alvo suspeito de envolvimento com o grupo Hezbollah no Brasil. O mandado é de busca e apreensão e o homem foi ouvido, à noite, em Goiás, no âmbito da Operação Trapiche, que investiga a existência de um plano terrorista para atacar alvos judaicos no Brasil.
Ao todo, a PF cumpriu dois mandados de prisão temporária, além de buscas e apreensões em Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Goiás, contra, agora, seis pessoas.
Os dois presos estão na custódia da PF em São Paulo. Um deles disse em depoimento que foi ao Líbano negociar ouro e agrotóxico. Investigadores, no entanto, dizem ter indícios de ele possui conexão com integrantes do Hezbollah, e, portanto, não acreditam na versão apresentada no interrogatório. Para os policiais, foi uma “versão ensaiada para tentar ganhar tempo”. O outro brasileiro que também foi preso ficou calado no interrogatório.
Uma terceira pessoa, um brasileiro, foi alvo da Trapiche, porém não foi preso. Segundo apuração da TV Globo, ele disse que viajou ao Líbano e que, nos encontros que manteve lá, recebeu proposta para fazer atentados no Brasil. Segundo o depoimento, a pessoa que o recebeu em Beirute, que seria do Hezbollah, disse que “procurava pessoas com disposição para matar e sequestrar”. A PF, agora, colhe mais indícios sobre este suspeito para decidir sobre pedido de prisão dele à Justiça.
Outro alvo da operação é um sírio que está no Líbano e morava em Belo Horizonte. A Polícia Federal já descobriu, com base em cooperação policial internacional, que este sírio, naturalizado brasileiro, já lutou com guerrilheiros do Hezbollah contra o Estado Islâmico, em território sírio. Este suspeito foi alvo de nove mandados de busca e apreensão em endereços associados a ele, em Minas e no DF. Sendo sete desses endereços comerciais e dois residenciais.
Ainda contra este sírio, que está em Beirute, segundo as investigações, pesa mandado de prisão temporária por 30 dias, expedido pela Justiça Federal de Minas. O nome dele foi incluído na lista de procurados da Interpol. Segundo apuração da TV Globo, investigações já apresentam fortes indícios de que é um cidadão sírio, naturalizado brasileiro, que estava à frente do recrutando de brasileiros para participar de atentados contra alvos judaicos aqui no Brasil. Este sírio, que morava em Belo Horizonte, responde a um inquérito policial em Minas por contrabando e descaminho, principalmente de cigarros eletrônicos. O suspeito teria fortes conexões com o Hezbollah no Líbano. E estaria fazendo a ponte entre integrantes do Hezbollah e interessados em participar de ações terroristas, mediante pagamento em dinheiro.
Esse mesmo sírio e um libanês, também naturalizado brasileiro — e que também se encontra no Líbano –, são considerados agora foragidos da Justiça brasileira. O libanês também é investigado no esquema de recrutamento de brasileiros para prática de atentados. E mais suspeitos vão entrar no radar da investigação.
Fonte: G1.