O Primeiro Comando da Capital (PCC) marcou para esta terça-feira, 28, um “salve nacional” — ordem dada aos integrantes da facção para cometerem ataques contra transportes públicos, hidrelétricas e agentes da segurança pública.
Para não dar sequência aos atentados, o PCC elaborou uma lista de exigências e a entregou para as autoridades penitenciárias. Em linhas gerais, os criminosos pediram regalias para os integrantes da facção que estão no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Os bandidos querem o retorno do antigo sistema de visitação, que permitia aos parentes dos criminosos ficarem das 9h até as 15h dentro dos presídios. Hoje, as famílias podem ficar apenas duas horas com os detentos.
Caso a lista do PCC não seja cumprida, os bandidos podem provocar ataques violentos ao redor do país.
Veja as regalias exigidas pelo PCC:
- Extensão do tempo de visitas — das 9h às 15h;
- Melhoria na qualidade da alimentação servida para os detentos;
- Reduzir a superlotação das celas, espalhando os presos para outras unidades prisionais; e
- Aumentar os critérios de análise para que a visita íntima possa alcançar mais presos.
O PCC exige a redução do número de detentos nas celas da maioria das cadeias. A facção quer que haja remanejamentos para unidades com quantidade menor de presos.
Os presos exigem melhor qualidade das comidas dentro dos presídios
Os presos também exigem mais qualidade nas refeições que recebem no presídio. Os detentos se revoltaram depois do fechamento das cantinas, que supostamente ofereciam alimentos mais agradáveis. Nas refeições, eram oferecidos bolos, biscoitos e chocolates.
Os criminosos do PCC receberam duas datas para o “salve”, a primeira em 28 de novembro e a outra em 3 de dezembro. As autoridades locais e federais ligaram o sinal de alerta para possíveis atentados.
Líder do PCC também reclamou de comida no presídio
Em carta enviada à imprensa, Cynthia Giglioli Herbas Camacho, mulher de Marcola, acusou a Penitenciária Federal de Brasília de fazê-lo passar fome e perder 20 quilos ao fornecer comida estragada.
No documento, Cynthia afirmou que ficou calada por muito tempo, por temer represálias do Estado. No entanto, disse que cansou de ver Marcola sofrendo na cadeia. Ela alegou que, quando a comida não está estragada, é escassa e de má qualidade, ocasionando infecção intestinal nos presos.
Para Cynthia, o marido está sendo torturado, porque, além da má alimentação, também está em uma situação de isolamento — o que pode trazer danos terríveis à sua saúde mental.
“Marco nunca sai da cela para o banho de sol, apenas para visita, que ocorre uma vez por semana”, disse a mulher. Cynthia acrescentou que, essas ocasiões, “tem percebido que seu marido vem sempre muito pálido, com as mãos bem trêmulas, que só vão passando após uma hora de visita”.
Revista Oeste