A inflação no Brasil atingiu 0,24% em outubro, marcando o quarto mês consecutivo de taxas positivas, conforme dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo IBGE nesta sexta (10). O maior impacto desse resultado foi observado nos preços das passagens aéreas, que dispararam 23,70% na comparação com o mês anterior, influenciando significativamente o indicador.
No acumulado do ano a inflação alcança 3,75%, e 4,82% nos últimos 12 meses. A meta do Banco Central para 2023 é de um IPCA a 3,25%, com uma tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo.
Dos nove grupos de produtos e serviços investigados, oito apresentaram inflação em outubro, entre eles transportes (0,35%) e alimentação e bebidas (0,31%), que têm peso significativo no índice. No grupo de transportes, além das passagens aéreas, destacam-se os aumentos do táxi (1,42%) e do óleo diesel (0,33%). A gasolina teve queda de 1,53%, sendo o principal impacto negativo no índice.
André Almeida, gerente da pesquisa, destaca que as passagens aéreas registraram alta pelo segundo mês consecutivo, possivelmente devido ao “aumento no preço de querosene de aviação e a proximidade das férias de fim de ano”.
Em alimentação e bebidas, que vinha de quatro deflações consecutivas, a alimentação no domicílio subiu 0,27%. Itens como batata-inglesa (11,23%), cebola (8,46%), frutas (3,06%), arroz (2,99%) e carnes (0,53%) impulsionaram essa alta. A menor oferta de arroz devido à entressafra e as chuvas nas regiões produtoras impactaram os preços.
Entretanto, alguns itens básicos registraram queda em outubro, como o leite longa vida (-5,48%) e o ovo de galinha (-2,85%). A alimentação fora do domicílio (0,42%) ficou mais cara, com aumento da refeição (0,48%) e do lanche (0,19%).
O único grupo a apresentar deflação foi o de comunicação (-0,19%), impulsionado pelas quedas nos preços dos aparelhos telefônicos e dos planos de telefonia fixa. No acumulado do ano, a inflação no país é de 3,75%, enquanto nos últimos 12 meses, atinge 4,82%. O cenário econômico e as variações nos preços continuam a ser monitorados de perto diante desses números.
Gazeta do Povo