O deputado Kim Kataguiri (União-SP) apresentou, há pouco, pedido de impeachment do ministro da Justiça, Flávio Dino, após a revelação de reuniões de integrantes da pasta com Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, líder da facção criminosa Comando Vermelho no Amazonas.
Além do pedido de impeachment, Dino também pode ser alvo de investigações por parte da Procuradoria Geral da República.
No requerimento, Kataguiri argumenta que Dino cometeu crime de responsabilidade por ato de improbidade administrativa ao “garantir interlocução com o crime organizado, especificamente, o Comando Vermelho”.
“A moralidade administrativa consiste num conjunto de valores éticos que estabelecem um padrão de conduta que deve ser seguido pelos agentes e gestores públicos visando uma atuação honesta, íntegra, ilibada e de proteção ao patrimônio público, especialmente ao dinheiro público”, diz o parlamentar na denúncia, apresentada ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“Assim, pode-se admitir que a visita de pessoas ligadas a organização criminosa denominada Comando Vermelho fere o senso de ética comum e o conceito do que se entende por probidade administrativa. Acima de tudo é amoral e imoral”, complementa.
Como revelou o Estadão, Luciane, conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, esteve no prédio da pasta no dia 19 de março, para audiências com Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos de Flávio Dino, e em 2 de maio, quando se encontrou com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
O Antagonista