Ministros do STF reagiram a aprovação da PEC, que entenderam como sendo um sinal de confronto e uma tentativa do Senado de limitar o poder da Corte.
Após a crise entre o Supremo Tribunal Federal e o Senado causada pela aprovação da PEC que restringe decisões individuais do STF, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes se encontrou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e com o senador David Alcolumbre, que preside a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na noite desta quinta-feira (24).
Foi uma quinta-feira de muitas articulações e telefonemas entre integrantes do Palácio, do STF e do Congresso após a aprovação da PEC no Senado, que foi interpretada por muitos como uma tentativa de retaliação contra o Supremo.
Ministros do STF reagiram ao que entenderam como sendo um sinal de confronto e uma tentativa do Senado de limitar o poder da Corte.
Mais cedo, Moraes havia dito em discurso no plenário do Supremo que a Constituição assegurou a independência do Judiciário. Ele subiu o tom ao dizer que o direito do Senado de legislar não pode se converter em intimidação contra o STF.
“Essa Corte não se compõe de covardes e nem de medrosos. A Constituição garantiu a independência do poder Judiciário proibindo qualquer alteração constitucional que desrespeite essa independência e desrespeite a separação de poderes”, discursou Moraes.
‘Insinuações, intimidações e ataques à independência’, diz Moraes após aprovação de PEC
O encontro com Pacheco e Alcolumbre aconteceu poucas horas após o Moraes ter participado de uma outra reunião na qual estavam presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros do STF Cristiano Zanin e Gilmar Mendes.
Também participaram da reunião o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, e o ministro da Justiça, Flávio Dino. Os dois são os mais cotados para assumir a vaga da ex-ministra Rosa Weber,
Fontes que participaram do encontro com o presidente Lula disseram ao blog que o clima estava bom passada uma semana após o estresse causado por Lula não ter mencionado a vaga de Rosa Weber, que pende de uma indicação do petista.
Com os dois principais candidatos à vaga, Lula optou por manter o silêncio sobre o assunto.
g1