Justiça ordenou suspensão devido à doença ser incurável, mesmo após apelo do Papa neste sábado
Segundo comunicado, o tratamento “foi suspenso após a decisão do tribunal de apelação”. Como mostrou O GLOBO, na decisão recente o juiz Peter Jackson disse que o recurso era “totalmente sem mérito” e expressou “profunda preocupação” sobre os recentes desenvolvimentos do caso. Jackson defendeu que “táticas de litígio manipulativas” destinadas a frustrar ordens feitas por juízes não seriam toleradas.
Os pais da menina lutavam na Justiça há meses contra os médicos britânicos, que recomendavam interromper o tratamento para manter vivo o bebê, que sofre de uma doença mitocondrial incurável. Os médicos do Queen’s Medical Centre, em Nottingham, onde a menina estava sendo tratada, argumentavam que continuar era inútil e doloroso. Diziam ainda que ela não tinha mais consciência do que acontece ao seu redor e defendiam que morresse sem sofrer dores, no hospital.
Na decisão mais recente, tribunal decidiu que o tratamento de fato deveria ser interrompido num centro médico, e não na casa dos pais, como eles solicitaram. O apelo dos pais de Indi ocorreu após a intervenção direta da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, na última semana, ao conceder para o bebê nacionalidade italiana.
O objetivo era que ela continuasse o tratamento num hospital do país, e Meloni chegou a dizer no X (antigo Twitter) que faria “o que puder” para “defender a vida dela e o direito da mãe e do pai de fazer tudo o que puderem por ela”. O hospital pediátrico do Vaticano, Bambino Gesu, também se dispôs a cuidar de Indi. Neste sábado, por meio de nota oficial, o Vaticano disse que o Papa Francisco estava dirigindo seus pensamentos à bebê depois de saber da recusa pela justiça do Reino Unido.
“O Papa Francisco abraça a família da pequena Indi Gregory, seu pai e sua mãe, reza por eles e por ela, e dirige seu pensamento a todas as crianças que, nestas mesmas horas, em todo o mundo, estão vivendo com dor ou arriscando a vida por causa de doenças e guerras”, comunicou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.
Já neste domingo, o grupo Christian Cocern disse que “Indi foi levada do hospital de ambulância com escolta de segurança” para uma “unidade de cuidados paliativos”, segundo a Christian Concern, que acrescentou que “ela parou de respirar ontem à noite e depois começou de novo”.
Não há cura para as doenças mitocondriais, que são genéticas e impedem as células do corpo de produzir energia.