O presidente Lula confirmou a ministros do governo e do STF, em jantar nessa quinta-feira (23/11), que decidiu indicar o subprocurador Paulo Gonet como novo chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O jantar aconteceu no Palácio da Alvorada e reuniu os ministros do Supremo Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin, além dos ministros do governo Jorge Messias (AGU) e Flávio Dino (Justiça).
A expectativa no Palácio do Planalto é de que Lula oficialize a indicação de Gonet até a segunda-feira (27/11), quando o presidente embarca para uma viagem de 10 dias pelo Oriente Médio e pela Alemanha.
Quando oficializada, a indicação do subprocurador seguirá para análise do Senado. A expectativa de líderes da Casa é de que Gonet não enfrente dificuldades para ter seu nome aprovado pelos senadores.
Além de ter apoio no Centrão, Gonet tem boa interlocução com bolsonaristas, como já noticiou a coluna. O nome do subprocurador também era apoiado por Gilmar e por Moraes.
Nas últimas semanas, setores da esquerda tentaram inviabilizar a indicação, por meio de uma campanha que explorou o fato de Gonet ser conservador nos costumes.
Coordenador do grupo Perrogativas e amigo pessoal de Lula, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, entrou em cena para tentar amortizar os efeitos da ofensiva.
O jurista deu uma série entrevistas dizendo que apoiará qualquer nome indicado por Lula à PGR. “Não acho saudável fazer campanha de veto e criar uma agenda negativa direta”, disse Carvalho à CNN Brasil.
Lula deve anunciar STF na sequência
No Planalto, a expectativa é de que Lula faça o anúncio para o STF de forma casada com a PGR, sobretudo em razão do tempo apertado para que o Senado analise as indicações antes do recesso.
Os favoritos para o Supremo são Dino, Messias e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, com os dois primeiros um pouco à frente na bolsa de apostas.
PEC foi o tema principal do jantar
O tema principal do jantar de Lula no Alvorada, porém, foi a PEC que limita decisões monocráticas de ministros do Supremo, aprovada pelo Senado na quarta-feira (22/11).
Como noticiou a coluna, o voto do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-SP), a favor da proposta irritou os ministros da Corte, que viram-no como uma “traição”.
A Gilmar, Moraes e Zanin, Lula afirmou que a PEC nunca teria sido levada para discussão em sua mesa e que só teria tomado conhecimento sobre o assunto já durante a votação.
Para auxiliares do presidente da República, os argumentos apresentados pelo petista acalmaram os ministrosa do STF. “Eles saíram calmos do jantar”, disse um ministro de Lula à coluna.
Igor Gadelha – Metrópoles