Mohammed bin Salman, conhecido pela sigla MBS, chama a atenção do mundo inteiro como um comandante saudita notavelmente distinto de seus antecessores. Antes uma figura relativamente desconhecida fora da Arábia Saudita, ele assumiu o papel de príncipe herdeiro, desencadeando uma série de transformações marcantes no país.
Embora ainda não tenha ascendido ao trono, MBS implementou mudanças significativas, marcando uma virada abrupta. A permissão para que mulheres conduzissem veículos, a normalização de música e filmes previamente considerados heréticos, a realização de grandes shows ocidentais, como o de Mariah Carey em 2019, e a inauguração de cinemas exemplificam a abertura cultural sob sua liderança.
Mesmo diante desses acontecimentos, o interesse da mídia brasileira voltou-se para o príncipe quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou com autoridades sauditas durante seu mandato. Contudo, esses encontros desencadearam uma narrativa crítica, como evidenciado pelo jornal O Globo, que, em março deste ano, publicou um artigo intitulado “A amizade de Bolsonaro com ditador anticristão”, apontando um sistema ditatorial na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes.
Agora, no entanto, com a mudança de governo federal, observamos uma alteração na postura do G1, pertencente ao grupo Globo, em relação a MBS. O veículo, alinhado ao governo de extrema-esquerda do Brasil, não apenas suaviza o tom das manchetes, referindo-se a Mohammed como ‘príncipe herdeiro’, mas também evita dar evidência em termos pejorativos.
Em uma das reportagens veiculadas nesta terça-feira (29), ao cobrir a ‘tour’ internacional de Lula, uma matéria do G1 propagou a seguinte abordagem: “Em Riad, Lula se reúne com príncipe herdeiro da Arábia Saudita”. O Globo repete o modus operandi também em uma de suas matérias.
Cabe mencionar a Globo permanece como a principal beneficiária de verbas publicitárias do governo petista em 2023. Até novembro, a emissora recebeu mais recursos da propaganda oficial do que todos os outros grupos de TV somados.
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