Reconhecida como uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas do Brasil, a John Deere deu início à demissão de quase 300 funcionários. Os desligamentos são na unidade de Horizontina, Rio Grande do Sul, e começaram a ser feitos no último dia 6 de novembro.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Horizontina confirmou as informações. A John Deere decidiu pelas demissões em meio à queda da produção na unidade.
Na fábrica local, a montadora chegou a produzir 23 colheitadeiras por dia. Agora, a média diária baixou para 12 — cenário semelhante ao anterior à pandemia.
Estão previstas 297 demissões. Na lista, 160 funcionários temporários, 70 com até três anos na empresa e 60 funcionários com mais de três anos na companhia e sete aposentados. Inicialmente, o plano era demitir 350 trabalhadores, segundo o sindicato.
Queda do mercado de máquinas agrícolas
Nesta mesma semana, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou que estima uma queda de 10% no mercado de máquinas agrícolas no Brasil em 2023. Assim, o número marca o primeiro ano do terceiro de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República.
Os números da previsão atual mostram um cenário pior que o estimado pelo órgão anteriormente. Em fevereiro, a associação projetava que ocorreria a redução de 3,5% na vendas.
“A Anfavea revisou as vendas de máquinas agrícolas para uma queda de 10% no ano, pior do que a retração de 3,5% projetada no início de 2023”, informa.
A retração ocorre em meio a maior safra de grãos da história do Brasil — o carro-chefe do agronegócio nacional. Foram praticamente 323 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento.
Pela estimativa atual do órgão, por volta de 60 mil máquinas agrícolas devem ser vendidas neste ano no país. O número representa 7 mil unidades a menos, em comparação ao desempenho recorde de 2022 — que fechou em cerca de 67 mil unidades.