Presidente brasileiro diz que espera apoio de Issac Herzog para que nova lista de repatriados seja autorizada pelos israelenses
O presidente Luiz Inácio Lula Da Silva (PT) telefonou, nesta quinta-feira (16), para o presidente de Israel, Isaac Herzog, para agradecer pela saída do grupo de 32 brasileiros e familiares que estavam na Faixa de Gaza. A ligação durou 40 minutos.
As negociações pela liberação do grupo se estenderam por cerca de um mês e dependeram da autorização de Israel e do Egito.
Conforme o Palácio do Planalto, Herzog “falou de sua preocupação com os reféns sequestrados pelo Hamas, entre eles diversos latino-americanos, e pediu que o presidente Lula reforçasse o apelo pela sua libertação, em articulação com outros países da América Latina”.
Ainda de acordo com o governo brasileiro, Lula se comprometeu com o pedido, lembrou o mandatário israelense que já fez apelos pela “libertação de todos os reféns em contatos mantidos com vários líderes do Oriente Médio (Irã, Emirados Árabes, Turquia, Catar, Egito, Autoridade Palestina), além de França, Rússia e Índia”. E destacou que realizou videoconferência com familiares israelenses dos reféns.
O presidente brasileiro também disse que está preparando para trazer um novo grupo de brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Conforme o Planalto, Herzog disse a Lula que “serão feitos todos os esforços para que esses cidadãos possam sair de Gaza com a devida rapidez”.
“O presidente Lula reafirmou a tradição pacífica do Brasil, onde judeus e árabes sempre conviveram em paz. Reafirmou, ainda, repúdio a atos de antissemitismo e reiterou o empenho do governo brasileiro para coibir essas manifestações”, diz trecho da nota do governo brasileiro.
De acordo com o Planalto, Lula “relembrou que o Brasil esteve envolvido com a criação do Estado de Israel e continua convencido da importância da solução de dois Estados, com Israel e Palestina vivendo lado a lado, com fronteiras seguras e mutuamente aceitas”.
Lula ainda destacou as gestões do Brasil para a “reforma das instâncias multilaterais de governança, que seja mais eficiente para a prevenção e resolução de conflitos como o que se prolonga no Oriente Médio”.
No mês passado, o Brasil teve rejeitada uma resolução no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que pedia pausas humanitárias aos ataques entre Israel e o Hamas para permitir o acesso de ajuda à Faixa de Gaza. “Lula manifestou grande preocupação com a gravíssima crise humanitária em Gaza e consternação com a perda de vidas, em particular de crianças”.
Herzog, no entanto, tem pouco poder em Israel, o país é governado, de fato, pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. É o primeiro-ministro quem comanda a ofensiva militar israelense contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Desde o início do conflito, em 7 de outubro, as diplomacias de Brasil e Israel não avançaram em uma tentativa concreta para combinar uma conversa entre Lula e Netanyahu porque o chefe israelense tem optado por conversar só com aliados.
CNN Brasil