Luciane Barbosa Farias, conhecida como “Dama do Tráfico” por ser mulher do chefe do Comando Vermelho no Amazonas, foi entrevistada pela Globo como presidente de organização não governamental (ONG) em 2 de maio de 2022.
A Dama do Tráfico é casada com Clemilson Barbosa Farias, conhecido como “Tio Patinhas”. Ele foi condenado há 31 anos por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Luciane foi condenada a 10 anos de prisão por associação ao tráfico, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Luciane é presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas, voltada para o sistema prisional. A ONG é apontada pela Polícia Civil como instrumento para lavar dinheiro do tráfico do Comando Vermelho. A polícia disse que a ela tem como “objetivo perpetuar a existência da facção criminosa e obter capital político para negociações com o Estado”.
Dama do Tráfico foi entrevistada pela Globo como militante dos direitos dos presos
Na época da reportagem, uma menina de quatro anos teve a mão lesionada numa máquina de raio-X quando foi visitar o pai, detento do Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), em Manaus.
O Jornal do Amazonas 1ª Edição (JAM1) entrevistou a Dama do Tráfico como uma militante dos direitos dos presidiários e suas famílias. “A presidente de uma ONG que presta assistência a famílias de detentos, Luciane Barbosa, acompanha o caso”, disse a reportagem em sua versão no G1.
“Acho que ela foi mal instruída pela funcionária”, disse Luciane à Globo. “Poderia ter dito para levar a criança, que é menor de idade. Ela autorizou a mãe a desacompanhar a criança. A mãe entendeu que ela ia dar esse suporte e ela não deu.” A própria Dama do Tráfico divulgou a reportagem nas redes sociais.
Em 13 de novembro, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Luciane Barbosa Farias se reuniu com o governo Lula, em Brasília. Ela se encontrou com a equipe do Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado por Flávio Dino, ex-governador do Maranhão.
A Dama do Tráfico também discursou em um evento do governo Lula, o 4º Encontro Nacional dos Comitês de Prevenção e Combate à Tortura e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura. Ela pediu o fim das revistas vexatórias para as visitas em presídios.
As passagens de ida e volta de entre Manaus e Brasília de Luciane foram pagas pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, que também pagou três diárias para ela. A viagem saiu por R$ 5,9 mil para as contas públicas.