O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi cobrado por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Proposta de Emenda Constitucional que limita as decisões monocráticas dos ministros, a PEC do Supremo. Lula disse que não foi avisado sobre ela.
O petista fez uma reunião de emergência com três ministros do STF na última quinta-feira, 23, no Palácio do Planalto: Cristiano Zanin (que foi seu advogado na Lava Jato), Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. O intuito foi aliviar o clima de tensão criado pela aprovação da PEC do Supremo no Senado.
Lula disse na reunião que “ninguém levou o problema para ele” e que foi surpreendido com a aprovação da emenda em dois turnos do Senado, de acordo com o jornal O Globo.
STF cobrou lealdade de Lula, segundo jornal
A PEC do Supremo contou com o voto de aprovação de Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo Lula no Senado, e com o dos senadores da base Otto Alencar (PSD-BA) e Angelo Coronel (PSD-BA).
Além dos ministros do STF, o ministro Flávio Dino, da Justiça, e Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), também participaram da reunião. Dino e Messias estão entre os possíveis nomes para a próxima indicação de Lula ao STF, para a vaga aberta com a saída de Rosa Weber, que se aposentou no fim de setembro.
Lula ouviu muitas queixas sobre a articulação do governo no Congresso. Um ministro disse à reportagem que o presidente ouviu que “para ficar ruim ainda tem que melhorar muito”.
O presidente Lula também ouviu cobranças de lealdade e gratidão “por conta do papel do Supremo na coerção ao golpismo e na resistência aos ataques do bolsonarismo – que, na avaliação deles, em última instância garantiram a eleição do próprio Lula”, disse O Globo.