Uma nova greve unificada está marcada para esta terça-feira (28/11) em São Paulo e deve provocar, mais uma vez, caos na capital. Já confirmaram adesão ao movimento os sindicatos de professores da rede estadual, de trabalhadores do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), da Fundação Casa e da Sabesp.
A paralisação é um protesto contra a política de privatizações do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) — mesmo mote da greve que travou São Paulo no dia 3 de outubro, uma terça-feira. Desta vez, os manifestantes também se posicionam contra os cortes na educação no Orçamento do estado.
Além disso, as entidades reivindicam a realização de plebiscito para discutir as privatizações e pedem que funcionários demitidos sejam reintegrados.
Juntos, Metrô e CPTM transportam, todos os dias, cerca de 4,2 milhões de passageiros, considerando apenas as linhas administradas pelas duas estatais e que devem ter a operação afetada pela greve.
Assembleia nesta segunda
As categorias que prometem cruzar os braços programaram uma assembleia para esta segunda-feira (27/11), às 16h, véspera da greve, a fim de confirmar a paralisação geral. O encontro vai acontecer em frente à Câmara de Vereadores, na região central da capital.
A paralisação deve afetar quatro linhas do Metrô (1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata/monotrilho) e cinco da CPTM (7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade). As linhas privatizadas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô, além da 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM, vão funcionar normalmente.
No caso do Metrô, a categoria afirma que pode suspender a greve se o governo paulista aceitar fazer “catraca livre” – ou seja, deixar de cobrar bilhete – na data marcada.
Provão Paulista
O anúncio da greve unificada fez com que o governo do estado adiasse, na última sexta-feira (24/11), a realização do Provão Paulista — as provas aconteceriam nesta terça (28/11) e quarta-feira (29/11).
O Provão é o novo formato de vestibular que será aplicado para estudantes das 1ª, 2ª e 3ª séries do ensino médio de forma seriada. Além de atrapalhar o deslocamento dos alunos, a greve tem a adesão dos professores, que seriam os responsáveis por aplicar as provas.
Após anunciar o adiamento das provas, o governo Tarcísio afirmou, em nota, que a paralisação é motivada por interesses “exclusivamente políticos” e disse que “a irresponsabilidade e a inconsequência dos grevistas prejudicam diretamente 1,2 milhão de estudantes inscritos para as provas, que começariam justamente no dia 28”. Entre os alunos que fariam o exame, estão cerca de 1,7 mil estudantes de escolas públicas de outros estados.
Com o adiamento, alunos do 3º ano do ensino médio, que fariam o Provão nos dias 28 e 29, agora participarão nos dias 29 e 30 de novembro, quarta e quinta-feira, respectivamente.
Já os estudantes do 1º e 2º ano, com provas agendadas originalmente para os dias 30 de novembro (quinta) e 1º de dezembro (sexta), farão o Provão nos dias 1º (sexta-feira) e 4 de dezembro (segunda-feira).
Greve de 3 de outubro
A paralisação de 24 horas do dia 3 de outubro envolveu trabalhadores do Metrô, da CPTM e da Sabesp. Com o transporte sobre trilhos prejudicado, a maioria dos paulistanos recorreu aos ônibus, o que provocou filas imensas nos terminais. Os carros de aplicativo também foram uma opção, mas muitos passageiros relataram demora e preços acima da média.
Por causa da greve, a Prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio de veículos, o que contribuiu para um longo congestionamento na cidade — às 8h, foram registrados 598 km de lentidão. No mesmo dia e horário da semana anterior, a capital teve 566 km de vias congestionadas.
Metrópoles