Dezenas de estrangeiros e cidadãos palestinos com dupla cidadania começaram a deixar a Faixa de Gaza e atravessam para o Egito pela passagem de Rafah na manhã desta quarta-feira, 1, após autoridade fronteiriça do Hamas divulgar lista de cerca de 500 nomes, e pedirem que se apresentassem nesta manhã. É a primeira vez que fronteira é aberta para saída de pessoas desde o início do conflito entre Israel e Hamas, mas brasileiros não foram incluídos na listagem.
A autorização partiu de um acordo mediado pelo Catar com Israel, Egito e o Hamas. A abertura excepcional liberou cerca de 90 feridos e 450 estrangeiros, conforme afirmaram autoridades egípcias. Na lista, estão pessoas com passaportes da Austrália, Áustria, Bulgária, República Tcheca, Finlândia, Indonésia, Japão e Jordânia. Os membros da equipe de organizações de ajuda humanitária, incluindo os Médicos Sem Fronteiras, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e a UNRWA, também estão na lista.
Na terça-feira, a autoridade disse que o Egito concordou em receber 81 feridos de Gaza na quarta-feira, ecoando relatos da mídia estatal egípcia.
A passagem de Rafah é a única ligação da faixa que Israel não controla. O Egito, que supervisiona a travessia, recusou-se a abri-la aos civis, alertando que um afluxo de refugiados palestinianos poderia desestabilizar a região. O encerramento da passagem de Rafah deixou milhares de cidadãos estrangeiros e palestinos com dupla nacionalidade presos na zona de guerra.
No início da manhã desta quarta dezenas de ambulâncias começaram a se deslocar do Egito pelo posto de fronteira de Rafah para buscar palestinos feridos em Gaza, informou a televisão estatal egípcia. Imagens transmitidas pelo Qahera News, um canal estatal, mostraram uma fileira de ambulâncias amarelas alinhadas do lado de fora do portão da fronteira. Segundo a televisão estatal egípcia, 81 palestinos serão levados para hospitais no Egito, em um processo facilitado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Estadão