São Paulo e Rio de Janeiro bateram neste domingo, 12, recordes de calor neste ano, quando os termômetros bateram 37,1°C e 42,5°C, respectivamente. Pelo menos seis Estados tiveram alerta de “grande perigo”, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Mas, afinal, até quando vai este calor?
De acordo com o Inmet, os termômetros devem registrar as maiores altas do ano nos Estados mais centrais do Brasil – em especial no Sudeste e no Centro-Oeste – até, pelo menos, quarta-feira, 15. Em São Paulo, no entanto, a temperatura só deve baixar na semana do dia 20, de acordo com as mínimas e máximas previstas pela empresa Climatempo.
O Inmet projeta que a temperatura chegue a até 5ºC acima da média em boa parte do País. Além de São Paulo, Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Brasília (DF) e Curitiba (PR) terão as temperaturas mais quentes do Brasil, em relação aos seus padrões. No Sul e no Sudeste, chuvas devem ganhar força ao longo da semana.
Em São Paulo, há previsão de pancadas de chuva para o período da tarde ou da noite em praticamente todos os dias. Segundo a Climatempo, podem ocorrer pancadas de chuva já na noite desta segunda-feira. Conforme a Meteoblue, a precipitação será mais intensa no decorrer do próximo fim de semana.
Veja a previsão do tempo na próxima semana, segundo a Climatempo:
- São Paulo (SP): varia entre 21ºC a 38ºC de segunda a sexta-feira, 17. No sábado, 18, a máxima pode chegar aos 39ºC. No domingo, 19, fica entre 22ºC e 32ºC. Há previsão de pancadas de chuva para o período da tarde ou da noite em praticamente todos os dias; De acordo com a empresa de meteorologia Meteoblue, a chuva deve se intensificar mais no fim da próxima semana.
- Rio de Janeiro (RJ): os dias mais quentes serão terça-feira, 14 e sábado, 18, com mínima de 25ºC e máxima de 40ºC. Nos demais dias, faz entre 24ºC e 37ºC. Chove todos os dias;
- Belo Horizonte (MG): faz entre 22ºC e 37ºC durante toda a semana. Chove apenas na quarta, no sábado e no domingo;
- Porto Alegre (RS): temperatura fica entre 19ºC e 27ºC. Chove todos os dias, exceto sábado e domingo;
- Curitiba (PR): faz entre 19ºC e 34ºC na maior parte da semana, com máxima superior apenas na sexta-feira, 37ºC. Chove todos os dias;
- Cuiabá (MT): a mínima é de 26ºC e a máxima de 43ºC ao longo da semana. Chove de segunda a quinta-feira;
- Brasília (DF): faz entre 20ºC e 37ºC. Chove de terça a quinta e no fim de semana;
- Manaus (AM): temperatura fica entre 25ºC e 37ºC e chove de segunda a quarta;
- Belém (PA): faz entre 25ºC e 35ºC e chove na quarta e na quinta-feira;
- Salvador (BA): temperatura fica entre 24ºC e 31ºC. Chove de terça a quinta;
- Natal (RN): entre 23ºC e 31ºC, com chuva de segunda a quinta.
Efeitos do El Niño
De maneira geral, as ondas de calor e instabilidades climáticas devem perdurar até maio de 2024, tendo seu pior período entre agora, novembro de 2023, e janeiro do ano que vem. Isso porque, segundo relatório divulgado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) na semana passada, o El Niño, fenômeno relacionado ao aumento nas temperaturas notado neste ano, atinge o seu pico somente agora.
A OMM afirma que o El Niño desenvolveu-se rapidamente durante julho e agosto e atingiu força “moderada” em setembro – mês em que os termômetros chegaram a marcar 38ºC em São Paulo. O fenômeno só chegou a uma consistência, de acordo com os registros de temperatura da superfície do mar e outros indicadores, em outubro. Por isso, a expectativa da organização é que ele ainda não tenha atingido o seu maior pico.
“Provavelmente, (o El Niño) atingirá o pico, como um evento forte, em novembro-janeiro de 2024. Há uma probabilidade de 90% de que persista durante o próximo inverno/sul do Hemisfério Norte (verão no Brasil e demais países do Hemisfério Sul)”, afirma a OMM. “Com base nos padrões históricos e nas previsões atuais de longo prazo, prevê-se que diminua gradualmente durante a próxima primavera boreal (que acontece de 20 ou 21 de março até 20 ou 21 de junho).”
O fenômeno tem gerado efeitos mais longos e um calor mais latente por conta das mudanças climáticas, segundo os especialistas da OMM.
Estadão