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Um advogado foi agredido por um empresário enquanto esperava por uma audiência na 7ª Vara do Trabalho, em Maceió. O caso aconteceu na quinta-feira (9) e foi registrado por uma câmera de segurança.
Geraldo Carvalho conta que estava no fórum para representar o seu cliente, que movia ações trabalhistas contra o empresário, e que foi surpreendido pelas agressões.
As imagens mostram o momento em que o advogado estava sentado em uma cadeira e é abordado pelo empresário. O vídeo mostra ainda o agressor segurando a roupa do advogado.
Algumas pessoas se aproximam dos dois, mas ninguém os separa. Até que, em determinado momento, os dois caem sobre uma cadeira. Então, o advogado dá um soco no empresário, que devolve a agressão com chutes.
Geraldo conta que o empresário já havia ameaçado seu cliente e testemunhas em outras audiências.
“Ao longo dos mais de 9 anos de profissão, posso dizer que este foi o momento mais triste que já vivi naquela Justiça do Trabalho. Faltam-me palavras para descrever o que foi sofrer tal violência no meu ambiente de trabalho. Preocupa-me o que alguém capaz de agredir um advogado dentro de um órgão de amparo ao trabalhador pode fazer fora dele”, lamenta Geraldo.
Geraldo prestou queixa do caso na delegacia e também fez um exame de corpo de delito para documentar as lesões físicas. O agressor não foi preso.
“Infelizmente, nada de concreto foi feito no momento da ocorrência para que se realizasse a prisão em flagrante por coação processual, ameaça, lesão corporal e dano, apesar das testemunhas presentes, imagens registradas e da existência de força policial no prédio da Justiça do Trabalho, a quem é direcionado o dever legal de prender o autor de delito no momento da ocorrência do crime”.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT-19) para cobrar esclarecimentos, mas não teve resposta até a última atualização dessa reportagem.
Depois da agressão, Geraldo conta que está assustado e com medo de ir trabalhar. Apesar disso, ele afirma que não deixará a advocacia.
“Apesar do triste episódio ocorrido, não há ameaça, violência ou negligência que me fará recuar no exercício da advocacia e na proteção dos direitos sociais. Sou e serei advogado, na condição que for preciso ser”.
Créditos: G1.