A advogada Janira Rocha, ex-deputada estadual do Psol do Rio de Janeiro recebeu dinheiro da facção criminosa Comando Vermelho. O pagamento, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ocorreu dias antes de Janira acompanhar Luciane Barbosa Farias a uma reunião no Ministério da Justiça, pasta sob comando de Flávio Dino.
Chamada de “Dama do Tráfico”, Luciane é casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias. Apelidado de “Tio Patinhas”, ele é apontado como um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas.
Segundo informações do jornal Estadão, a Polícia Civil do Amazonas identificou três transferências da facção criminosa para a conta de Janira, totalizando mais de R$ 23 mil. A informação se deu a partir de dados em aparelho celular apreendido de uma integrante do Comando Vermelho. Esses pagamentos ocorreram dias antes da reunião de Luciane com Elias Vaz, secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça.
De acordo com o Estadão, os pagamentos foram realizados por Alexandre B. Fonseca, responsável pela contabilidade e tesoureiro da facção criminosa nos municípios de Parintins, Nhamundá e Caruari. Os pagamentos foram feitos nos valores de R$ 3 mil, R$ 5,6 mil e R$ 15 mil.
Mulher de líder do Comando Vermelho esteve no ministério de Flávio Dino em mais de uma oportunidade
Luciane Farias foi recebida por assessores de Dino duas vezes neste ano. O Ministério da Justiça, em nota, afirmou que a Associação Nacional de Advocacia Criminal solicitou as reuniões, com a presença de advogadas, e que Luciane “não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados”.
Jandira disse ser militante dos direitos fundamentais dos presos há quatro anos. Ela ainda afirmou estar em contato com representantes do governo, pois, no início de outubro, o Supremo Tribunal Federal estabeleceu seis meses para a elaboração de um plano para por fim ao que é chamado de “estado inconstitucional de coisas” no sistema penitenciário nacional.
A advogada, que já defendeu a ex-deputada federal Flordelis, se apresenta como representante de uma organização não governamental que luta pelos presos do Amazonas, militante pelas condições nos presídios e ativista dos direitos humanos.
Em 2021, a ex-deputada foi condenada por “rachadinha” com os funcionários de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Em relação à acusação, a advogada diz já ter prescrito e estar livre dessa situação.