Após ser alertada pelos deputados Cabo Gilberto (PL-PB) e Carla Zambelli (PL-SP), a Universidade Estadual da Paraíba (UFPB) cancelou uma palestra on-line sobre o conflito no Oriente Médio com a feminista Fernanda de Melo, que gerou polêmica na semana passada ao comemorar o assassinato da brasileira Bruna Valeanu pelo grupo terrorista Hamas.
Os parlamentares fizeram um live nas redes sociais, nesta segunda-feira (16), para divulgar a “boa notícia” e alertar sobre iniciativas semelhantes em outras universidades.
“Hoje, tivemos uma boa notícia. Teve uma determinação para que não houvesse a palestra desta estudante que obviamente defende os terroristas do Hamas contra os judeus. Deixar claro aqui para a população brasileira que esse ataque do último dia 7 de outubro de 2023 foi o maior ataque terrorista, o maior massacre contra os judeus desde o holocausto, na Segunda Guerra Mundial”, disse o deputado Cabo Gilberto ao criticar a defesa do Hamas feita por esquerdista.
Ao comentar uma notícia sobre o assassinato da brasileira pelo Hamas, na rede social X, Fernanda escreveu: “Foi tarde”.
Bruna Valeanu participava de uma festa rave próximo à Faixa de Gaza quando o Hamas atacou os jovens. Relatos dão conta de que muitas das vítimas foram estupradas e mortas ao lado dos corpos de outros jovens.
Para a deputada Carla Zambelli, grupos estão se utilizando do espaço universitário para corromper a história e fazer propaganda anti-Israel.
A parlamentar também pediu aos seus seguidores que denunciem eventos semelhantes acessando o site do Instituto Nossos Filhos, mantido pelo deputado Gustavo Gayer (PL-GO).
O evento cancelado após o requerimento dos dois parlamentares foi organizado pelo Centro de Estudos em Política, Relações Internacionais e Religião (Ceprir) e estava previsto para acontecer no sábado (14), às 15 horas, no canal do Ceprir, no Youtube.
A palestra on-line “Entendendo o Conflito entre Israel e Palestina” contaria com a participação de Fernanda de Melo e do pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Felipe Vidal, ambos vinculados ao Ceprir.
O Ceprir informou sobre a suspensão do evento pelas redes sociais.
“Aproveitamos o ensejo para reforçar que o Ceprir não coaduna com qualquer tipo de intolerância ou racismo, e os mesmos não são aceitos das partes que o compõem”, diz um trecho do comunicado do Centro publicado na rede social X, na semana passada.
Também na semana passada, conforme noticiou a Gazeta do Povo, Fernanda de Melo foi confirmada como palestrante em uma aula pública sobre “a questão da Palestina” nas dependências da Universidade de São Paulo (USP).
O evento teve o apoio de diversas organizações de esquerda e foi mobilizado pelo grupo Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP) da USP, do qual Fernada faz parte como integrante do comitê.
Fernanda também é editora de uma revista online feminista que se propõe a apresentar “um feminismo crítico, que visa rupturas com perspectivas conservadoras e retrógradas nos temas que competem à vida social”.
Gazeta do Povo
