O jornal The Wall Street Journal (WSJ), dos Estados Unidos (EUA), divulgou, na quarta-feira 25, que 500 terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica, grupo aliado, receberam treinamento especializado no Irã um mês antes dos ataques de 7 de outubro. A publicação afirma, ainda, que os iranianos ajudaram a planejar a invasão ao território israelense.
O jornal norte-americano diz ter obtido as denúncias por meio de “pessoas familiarizadas com informações de inteligência relacionada ao ataque”.
De acordo com o veículo de comunicação, o treinamento foi conduzido pelos oficiais da Força Quds — braço de operações estrangeira do Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos (CGRI), do Irã. Entre eles, estaria o brigadeiro-general Esmail Qaani, chefe da corporação, além de altos funcionários palestinos.
Citando autoridades graduadas do Hamas e do Hezbollah, o jornal relatou que a Força Quds ajudou a planejar o ataque e deu “o sinal verde” durante uma reunião ocorrida em Beirute, no Líbano, em 2 de outubro — cinco dias antes dos ataques —, onde estariam presentes os líderes das duas organizações terroristas.
O professor iraniano especializado em estudos sobre o CGRI Saeid Golkar, do Departamento de Ciências Políticas da Universidade do Tennessee, nos Estados Unidos, acredita na veracidade das informações obtidas pelo WSJ.
“Esse tipo de operação (o ataque de 7 de outubro) é muito difícil de ser realizada sem o apoio do Hezbollah e da CGRI”, afirmou Golkar. “O Hamas não tem capacidade para isso.”
Apesar de ter assumido apoio ao Hamas, o Irã nega ter tido um papel no planejamento da ação do grupo terrorista. Horas antes da publicação da matéria do WSJ, o porta-voz das Forças de Defesa Israelense, o contra-almirante Daniel Hagari, já havia “apontado o dedo” diretamente para o Irã como um dos responsáveis pelo planejamento do ataque sem precedentes.
EUA não confirmam a informação do WSJ
Depois da denúncia do The Wall Street Journal, as autoridades dos EUA afirmaram que o Irã treinou “regularmente” militantes, mas o governo norte-americano não tem indicação de um treinamento ocorrido em massa antes dos ataques.