O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 está chegando. As provas serão realizadas nos primeiros domingos do mês de novembro, sendo nos dias 5 e 12, com duração mínima de 5h. Como muitos estudantes se questionam como é feita a correção do exame, o SBT News separou um quadro explicativo sobre o tema.
Segundo o Ministério da Educação, os corretores do Enem adotam a Teoria de Resposta ao Item (TRI) para chegar à nota final. A tese, aplicada em cada área da prova (Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Matemática, é calculada a partir de uma escala, que é como uma régua que mede o nível de conhecimento do participante.
O desempenho médio dos candidatos encontra-se no meio dessa régua, os 500 pontos. Dessa forma, as questões da prova ocupam uma posição diferente, de acordo com o nível de dificuldade. Nesse sentido, as perguntas situadas abaixo de 500 têm um nível de dificuldade menor para a maioria dos estudantes e as acima de 500, maior.
“O método busca priorizar a coerência no desempenho dos estudantes. Se alguém acerta as questões mais difíceis, mas erra aquelas consideradas fáceis, provavelmente ‘chutou’ as respostas. Por isso, terá uma nota inferior à de um estudante que acertou o mesmo número de questões consideradas mais fáceis, mas errou as mais complexas. Assim, duas pessoas que fizeram a mesma edição do Enem e tiveram número igual de acertos podem ter notas diferentes”, explica o MEC.
A nota da redação, por sua vez, não é calculada pelo TRI. Os textos são corrigidos um a um por milhões de avaliadores. Cada um recebe até 200 redações por dia, com o compromisso de analisar mais de 150 textos a cada três dias. A cada 50 redações, o corretor recebe duas já avaliadas por uma equipe de especialistas, usadas para analisar o desempenho do corretor.
Todas as redações são avaliadas por dois professores em plataforma online, com texto sem identificação. Cada um desconhece a nota atribuída pelo outro. Se a discrepância das notas for superior a 100 pontos, no total, ou 80 pontos em uma das cinco competências avaliadas, um terceiro professor fará a correção. A nota final da redação, que pode chegar até 1.000, é a média aritmética das duas notas totais que mais se aproximam.
Confira as cinco competências avaliadas na hora da correção da redação:
– Domínio da escrita formal;
– Desenvolvimento do tema em estilo dissertativo-argumentativo;
– Relacionar, organizar e interpretar informações e argumentos em defesa de uma opinião;
conhecimento de mecanismos linguísticos para construir a argumentação;
– Elaboração de proposta de intervenção para o problema proposto, com respeito aos direitos humanos.
Em caso de textos com até sete linhas ou que fogem ao tema proposto, a redação será zerada pelos avaliadores. O mesmo pode acontecer no caso de texto inelegível, folha de redação em branco ou cópia de texto(s) da prova de redação e/ou do caderno de questões sem haver pelo menos oito linhas de produção própria do participante.
Para que serve o Enem?
O Enem é responsável por avaliar o desempenho escolar dos alunos ao término da educação básica. A nota do exame é a principal porta de entrada para o ensino superior, permitindo que os candidatos concorram por vagas em universidades públicas e privadas por meio de programas do governo federal, como Prouni, Fies e Sisu.
Os resultados, previstos para serem divulgados no dia 16 de janeiro de 2024, ainda podem ser aproveitados nos processos seletivos de instituições portuguesas que possuem convênio com o Inep. Ao todo, 51 instituições, incluindo universidades, institutos politécnicos e escolas superiores, aceitam as notas do Enem nos processos de admissão.
Ao todo, 3,9 milhões de estudantes realizarão o Enem em 2023, número 13,1% superior em relação ao ano passado, quando as inscrições somaram 3,4 milhões. Entre os candidatos, 620.250 (15,8%) são estudantes do 1º ou 2º ano, que vão fazer o Enem com o objetivo de testar conhecimentos, enquanto 1,8 milhão (48,2%) já concluíram o ensino médio.
SBT News