São Paulo – A Polícia Civil de São Paulo acatou a versão do professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acusado de usar uma faca para ameaçar um estudante dentro do campus, e o registrou como vítima da ocorrência.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso foi levado para o 7º Distrito Policial, que lavrou um “termo circunstanciado” – quando o delegado entende que o fato corresponde a uma infração de menor potencial ofensivo. O vídeo do caso circulou nas redes sociais.
A pasta afirma, ainda, que os policiais ouviram tanto o professor como um aluno da Unicamp. Após os depoimentos, o docente foi considerado vítima de “lesão corporal” e “incitação ao crime”.
🎥 Unicamp: Professor acusado de ameaçar aluno com faca é vítima, diz polícia pic.twitter.com/GogqmQFkJC
— UOL Notícias (@UOLNoticias) October 4, 2023
“A Polícia Civil está à disposição para formalização de novas denúncias e ressalta que novos fatos podem ser anexados ao TC para apreciação do Poder Judiciário e análise do Ministério Público”, diz a SSP.
Agressão
O aluno alega que havia interrompido a aula do docente para comunicar que os estudantes entraram em greve para apoiar a paralisação promovida na capital paulista.
“O professor pegou no meu braço, me jogou no chão e levantou uma faca para mim, vindo para cima”, disse o estudante Gustavo Bispo, de 20 anos, diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Em vídeo que circula nas redes sociais, o docente aparece agredindo o estudante dentro do campus da universidade, em Barão Geraldo, distrito de Campinas. A situação foi apartada por seguranças da Unicamp.
De acordo com o DCE, o professor também teria partido para cima de outro aluno com um spray de pimenta. “Exigimos a exoneração imediata do agressor e sua prisão, visto que cometeu um crime que conta com testemunhas, fotos e vídeos”, diz o diretório no Instagram.
O professor, que trabalha no Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica, não teve o nome divulgado.
Em nota, a Unicamp afirma que a reitoria repudia os atos de violência e que o professor será investigado pelo ocorrido.
“A conduta do docente, para além do inquérito policial instaurado, será averiguada por meio dos procedimentos administrativos adequados e serão tomadas as medidas cabíveis. Ressalte-se, ainda, que a reitoria vem alertando que a proliferação de atos de violência com justificativa ou motivação política não é salutar para a convivência entre diferentes. É preciso, nesse momento, calma e serenidade para que os conflitos sejam tratados de forma adequada e os problemas, dirimidos”, diz o texto.
Metrópoles