— Junior Melo TERRA🇧🇷🇮🇱 (@juniormelorn_) October 8, 2023
Um uniforme que prejudica o desempenho em campo e ainda causa o constrangimento de permitir que os torcedores vejam com clareza todos os contornos dos corpos dos atletas. É esse o problema com o qual jogadores e jogadoras de três clubes da primeira divisão do Campeonato Inglês estão precisando lidar nesta temporada.
Aston Villa, Newcastle e Wolverhampton andam descontentes com as versões 2023/24 das camisas e calções produzidos pela Castore, empresa britânica que lhes fornece material esportivo.
A reclamação, recorrente na imprensa inglesa desde a largada da temporada, é que o uniforme faz os atletas transpirarem demais e absorve água em uma quantidade acima do normal, o que deixa mais pesado do que o habitual.
Perda de desempenho
As primeiras reclamações vieram dos jogadores do Aston Villa ainda durante a pré-temporada.
De acordo com o jornal britânico “The Telegraph”, o elenco chegou a fazer uma reclamação formal com a diretoria por conta de um uniforme que, na visão deles, estaria até mesmo prejudicando o desempenho do time.
A explicação é que, com o uniforme encharcado e grudado no corpo por conta do acúmulo de suor, os atletas estariam se sentido desconfortáveis e pesados demais para executar jogadas em alta velocidade.
Ainda segundo o “Telegraph”, o Aston Villa entrou em contato com a Castore, ameaçou antecipar o fim do contrato com a marca e ouviu dela que uma nova linha de camisas, produzida com tecnologia diferente da atual, será produzida para minimizar o problema.
Hipersexualização
Só que a questão não foi resolvida antes do início da versão feminina da Premier League. E o uniforme que tantas críticas já vinha recebendo amplificou um problema já recorrente no futebol das mulheres: a sexualização dos corpos das atletas.
Durante a semana, logo após a realização da primeira rodada do Inglês, fotos da atacante suíça Alisha Lehmann (Aston Villa) com o uniforme encharcado e colado no corpo, ressaltando os bicos dos seios e o contorno das nádegas viralizaram nas redes sociais.
“Cabe ao departamento jurídico do clube discutir com a Castore uma forma de resolver esse problema. Por mais difícil que seja, é algo que eu e minhas jogadoras estamos tentando ignorar”, afirmou a diretora responsável pelo time feminino do Aston Villa, Carla Ward.
E nem dá para dizer que o incômodo vivido por Lehmann tenha sido algo imprevisível. Pelo menos um mês antes do pontapé inicial da competição, a comunidade do futebol feminino britânico já vinha discutindo o tema e manifestando sua preocupação.
“O Aston Villa terá quatro jogos transmitidos pela TV. Normalmente, essas são as partidas mais esperadas pelas jogadoras. Mas, desta vez, é diferente. Elas estão preocupadas porque sabem como esse uniforme ficará molhado em seus corpos”, disse a comentarista da “Sky Sports” Jacqui Oatley, ainda em setembro.
“Uma jogadora já tem muito o que pensar dentro de campo para ter de se preocupar com sua camisa grudando no corpo. É um problema do ponto de vista de performance, mas também estético”, completou.
Créditos: UOL.