A Polícia Civil de São Paulo identificou um novo golpe do Pix, ferramenta de pagamento instantâneo. Os golpistas o aplicam à distância, com o auxílio de funcionários de empresas de telefonia.
Eles escolhem seus alvos a partir de dados vazados de score de crédito. Este sistema de pontuação classifica os consumidores em categorias quanto à capacidade de pagamento de suas contas.
Ao identificar uma pontuação positiva no sistema, os criminosos enviam links ou outros arquivos maliciosos para tentar invadir o celular das vítimas. Ao acessá-los, elas têm seus dados bancários vazados.
Os golpistas, então, entram no aplicativo de banco em outro celular e fazem transferências por Pix para contas suas. Na sequência, funcionários terceirizados das operadoras de telefonia configuram um novo chip com base nos dados que obtiveram ilegalmente.
A partir de então, a vítima fica sem sinal de telefone no próprio celular.
Suspeitos do golpe
Na última semana, a Polícia Civil de São Paulo prendeu cinco suspeitos de integrar uma quadrilha especializada no golpe. Eles utilizavam aparelhos próprios para fazer desvios pelo Pix e outros tipos de transferências por aplicativos de banco.
Entre os suspeitos de integrar o esquema, estão um hacker, que teria desenvolvido um programa para disparar armadilhas virtuais para os alvos, e ao menos dois funcionários terceirizados de empresas de telefonia; um deles está foragido. As outras três pessoas seriam responsáveis por organizar e executar os golpes.
Os suspeitos foram presos preventivamente e vão responder por estelionato eletrônico, invasão de dispositivo, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa.
Além disso, a polícia apreendeu dezenas de documentos, chips e notebooks, além de celulares – somente no imóvel de um dos suspeitos, encontraram 15 aparelhos.
A operação, chamada Lost Line, ocorreu em Santo André e Ribeirão Pires, na região metropolitana da capital paulista, e também em Caldas Novas (GO), Palmas (TO) e Brasília (DF). Os policiais cumpriram seis mandados de prisão e outros 11 de busca e apreensão.
As investigações prosseguem para identificar outros suspeitos de integrar o esquema e novas possíveis vítimas.
Saiba como evitar ser vítima de golpes do Pix
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os cidadãos podem tomar algumas medidas para evitar serem vítimas do golpe. Veja quais são:
- Não clicar em links de origem suspeita, sobretudo quando envolver instituições financeiras;
- Não atender ligações, tocar em links ou baixar aplicativos a pedido de algum banco, visto que as instituições não fazem essa abordagem;
- Ao tocar em um link suspeito, desligar o celular e entrar em contato com o banco por meio de seus canais oficiais para saber se há alguma irregularidade na conta;
- Não salvar senhas pessoais ou números sensíveis do cartão em aplicativos de celular, como bloco de notas ou conversa de WhatsApp;
- Adotar a autenticação de dois fatores em aplicativos mais sensíveis;
- Se houver desvio de valores do banco, mesmo sendo pouco, a orientação é entrar em contato com a instituição financeira e procurar a polícia para registrar boletim de ocorrência.